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Alex Telles e a assistência em viagem a um motor que está em primeira (a crónica do FC Porto-V. Setúbal)

Este artigo tem mais de 5 anos

O FC Porto não jogou muito nem muito bem mas jogou o suficiente para vencer um V. Setúbal apático. Alex Telles foi o melhor dos dragões e motivou uma equipa que não está no seu melhor.

Alex Telles foi o melhor jogador do FC Porto e assistiu Soares para o segundo golo
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Alex Telles foi o melhor jogador do FC Porto e assistiu Soares para o segundo golo

Alex Telles foi o melhor jogador do FC Porto e assistiu Soares para o segundo golo

Depois de uma “má fase” assumida, Sérgio Conceição garantiu na conferência de imprensa de antevisão da receção ao V. Setúbal que o período menos bom “estava ultrapassado” e recusou qualquer ideia de existência de “pressão” acrescida, motivada eventualmente pela maior proximidade do Benfica na classificação. Ainda assim, o treinador do FC Porto terá acusado alguma dessa alegada pressão e decidiu recordar que não se sente “afetado” quando precisa de ganhar: “Sentia-me afetado quando treinava o Olhanense e tínhamos cinco meses de ordenados em atraso e os jogadores tinham dificuldade em arranjar comida para comer em casa”, disse o técnico, numa afirmação que já mereceu reações por parte do clube algarvio. Pressionado ou não, a verdade é que o FC Porto precisava de vencer para garantir que na segunda-feira à noite continuava na liderança do Campeonato.

Com o Benfica a apenas um ponto e depois de empates com o V. Guimarães e o Moreirense — para além da derrota a meio da semana, nos oitavos de final da Liga dos Campeões, frente à Roma –, Sérgio Conceição fez três alterações face à equipa que perdeu em Itália na passada terça-feira: sem Marega, Aboubakar e Brahimi, todos lesionados, o treinador dos dragões deu a estreia no onze a Wilson Manafá, promoveu Adrián López à titularidade (foi o espanhol que marcou o importante golo no Olímpico de Roma) e ainda voltou a incluir Jesús Corona nas opções iniciais; Pepe e Fernando Andrade começaram o jogo no banco de suplentes.

Do outro lado, numa equipa técnica recentemente reforçada com a inclusão de Jorge Andrade, Sandro não tinha Dankler, que saiu para o futebol japonês, Mikel, que está emprestado pelo FC Porto, e ainda Alex Freitas, Rúben Micael e Zequinha, todos lesionados. Os primeiros instantes do jogo chegaram para perceber que o V. Setúbal, que não vence desde o primeiro dia de dezembro (0-1 frente ao Marítimo), iria jogar num 4x3x3 que assenta na velocidade de Mendy e Berto nas alas e na eficácia de Cádiz. Os primeiros 15 minutos de jogo, porém, tiveram uma equipa sadina à espera do erro do adversário, com onze jogadores atrás da linha do meio-campo, e os dragões chegaram mesmo a ter 72% de posse de bola.

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Ficha de jogo

FC Porto-V. Setúbal, 2-0

22.ª jornada da Primeira Liga NOS

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

FC Porto: Casillas, Manafá, Felipe, Militão, Alex Telles, Otávio (André Pereira, 61′), Danilo (Óliver, 30′), Herrera, Corona, Adrián (Fernando Andrade, 77′) e Soares

Suplentes não utilizados: Vaná, Maxi, Hernâni, Pepe

Treinador: Sérgio Conceição

V. Setúbal: Cristiano, Cascardo, Artur Jorge, Nuno Valente, Éber Bessa, Vasco Fernandes, Sílvio, Berto (Mano, 75′), Mendy (Sekgota, 69′), Semedo, Jhonder (Valdo Té, 79′)

Suplentes não utilizados: Milton Raphael, André Sousa, Baba Fernandes, Castro

Treinador: Sandro

Golos: Herrera (15′), Soares (65′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Éber Bessa (36′ e 54′), Semedo (45+1′), Soares (52′), Artur Jorge (52′), Felipe (70′), Óliver (85′), Mano (86′)

Wilson Manafá, sem esconder o ADN atacante, assumiu o corredor direito logo à partida, deixando Otávio livre para explorar terrenos mais interiores e tentar transições e combinações tanto com Danilo, no meio-campo, como com Adrián López, no ataque. O lateral de 24 anos que chegou ao FC Porto vindo do Portimonense durante o mercado de inverno não se mostrou nada tímido na estreia a titular e até foi solicitado em mais do que uma ocasião para receber bolas já no interior da grande área. Na outra ala, Corona aproveitava as subidas de Alex Telles para ficar mais perto de Herrera e Soares e o lateral brasileiro acabou mesmo por ser o principal fornecedor de bolas de perigo durante o primeiro tempo, com os habituais cruzamentos feitos com régua e esquadro. Contudo, e apesar do inegável ascendente, o FC Porto chegou mesmo aos 15 minutos de jogo sem uma real oportunidade de golo e sem qualquer remate enquadrado. Na primeira ocasião, os dragões mostraram uma eficácia total e inauguraram o marcador.

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Jesús Corona lançou-se pelo corredor esquerdo, entrou na grande área e cruzou atrasado para Adrián López, que rematou rasteiro para defesa de Cristiano. Na recarga, Héctor Herrera surgiu quase sozinho ao segundo poste e encostou de cabeça para o primeiro golo do jogo, nesta que foi a primeira vez que o capitão azul e branco marcou dois golos de cabeça numa só temporada ao serviço do FC Porto.

Aos 25 minutos, e mesmo com uma ligeira reação, o V. Setúbal ainda não tinha remate, pontapé de canto ou sequer uma ação com bola dentro ou perto da grande área de Casillas. Os sadinos mostraram sempre uma grande dificuldade em chegar ao último terço do meio-campo defensivo dos dragões e não conseguiram encontrar soluções para ultrapassar a primeira linha de pressão adversária. Do outro lado, sem ser avassalador, o FC Porto controlou sempre a partida e podia ter chegado ao segundo golo por duas vezes, com um cabeceamento de Soares a passe de Alex Telles (num lance que mereceu aplausos de Sérgio Conceição) e ainda outra tentativa de cabeça, desta vez por intermédio de Adrián López depois de um grande cruzamento de Jesús Corona, que só não entrou porque Cristiano fez uma grande defesa.

Numa primeira parte que teve apenas três oportunidades de golo (todas do FC Porto), apenas um golo e menos futebol do que aquele que se exige, a principal menção vai para Danilo Pereira, que saiu à meia-hora de jogo depois de um lance com Éber Bessa. O médio português, que saiu para a entrada de Óliver, ainda tentou continuar após a intervenção da equipa médica azul e branca mas acabou mesmo por ser obrigado a abandonar o relvado. De recordar que Danilo tinha regressado à competição há poucas semanas depois de se lesionar no final de dezembro, frente ao Moreirense. Na ida para o intervalo, Sérgio Conceição estava a ganhar e parecia ter acertado no onze, face às boas prestações de Manafá e Adrián, mas já tinha perdido uma das peças mais importantes do xadrez azul e branco.

Se na primeira parte o controlo do FC Porto tinha sido constante, na segunda foi permanente. O V. Setúbal nunca conseguiu criar perigo: Mendy esteve completamente longe do jogo, Cádiz manteve-se perdido e isolado na frente de ataque, Semedo não conseguia ligar o meio-campo com o setor ofensivo, Berto não tinha espaço para criar e Nuno Valente e Éber Bessa, os médios a jogar mais junto das alas, eram mesmo os dois jogadores mais inconformados dos sadinos. A situação piorou quando, aos 54 minutos, Éber Bessa viu o segundo amarelo e foi expulso, deixando o V. Setúbal com menos um elemento. Nuno Almeida, o árbitro da partida, entendeu que o médio simulou grande penalidade e mostrou o segundo amarelo, depois de ter mostrado o primeiro ainda no primeiro tempo, no lance que acabou por ditar a saída precoce de Danilo Pereira.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-V. Setúbal:]

A vida do FC Porto, que já estava fácil, tornou-se ainda menos difícil com a superioridade numérica e se Soares já tinha ficado perto do segundo golo ainda antes da expulsão, num lance que começou com uma boa tabelinha entre o brasileiro e Adrián López (51′), Corona podia ter aumentado a vantagem após um grande passe de Wilson Manafá, que cruzou de primeira no seguimento de uma abertura gigante de Óliver (60′). O segundo golo parecia algo inevitável e iminente e o FC Porto jogava já completamente instalado no meio-campo adversário: como resposta a isso, Sérgio Conceição tirou Otávio e lançou mais um homem de área, André Pereira, na busca pelo golo que pudesse evitar instantes finais de sofrimento.

O segundo golo acabou por surgir aos 65 minutos, na concretização de um lance que se foi repetindo ao longo do jogo e que teve sempre o mesmo jogador dos dragões enquanto co-protagonista. Wilson Manafá recuperou muito bem no meio-campo, colocou em Alex Telles, que tinha subido pelo corredor pela enésima vez, e o lateral brasileiro cruzou de forma milimétrica para Soares, que foi mais forte do que Sílvio ao segundo poste e bateu Cristiano de cabeça. Nos festejos do golo, a grande maioria dos jogadores dos dragões juntou-se a Alex Telles e não ao avançado, já que mais de metade da bola que entrou e bateu o V. Setúbal pela segunda vez foi da responsabilidade do lateral.

A partir do segundo golo, o FC Porto desacelerou e assentou em Óliver, que depois de entrar para render Danilo foi o principal dinamizador da equipa. Com os blocos totalmente subidos e onze jogadores a jogar no meio-campo do V. Setúbal, os dragões acabaram por aguardar pelo final do jogo de forma calma e paciente, tornando as transições mais lentas e ponderadas e aumentando a gestão da posse de bola. Soares e Alex Telles ainda estiveram perto do terceiro golo, com um remate acrobático de um e um livre direto de outro, mas a partida terminou mesmo sem Cristiano voltar a ser batido.

O FC Porto colocou fim à “má fase” e voltou às vitórias, assegurando a liderança e a vantagem em relação ao Benfica. Face a um V. Setúbal que não causou quaisquer problemas e foi totalmente inofensivo — Casillas não fez nenhuma defesa –, os dragões nunca foram sufocantes e beneficiaram da inegável superior qualidade individual, que se tornou decisiva num jogo que quase nunca foi bem jogado. Adrián não foi preponderante mas cumpriu, Wilson Manafá fez uma boa estreia a titular e parece assumir com naturalidade a direita da defesa e Otávio não é Brahimi. Considerações à parte, o melhor jogador do FC Porto foi este sábado Alex Telles, o lateral direito que sobe, desce, ataca, defende, cruza e assiste e é em tudo a personificação das palavras de Sérgio Conceição.

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