Não será em Genebra e, tanto quanto parece, a estreia do primeiro modelo electrificado da Ferrari não deverá ser num certame automóvel. A marca italiana prefere apresentar o seu primeiro desportivo, em que o motor a gasolina usufrui de uma mãozinha de uma unidade eléctrica alimentada por bateria, num evento privado, para ter ocasião de explicar aos seus clientes, amantes confessos dos motores de combustão, que a evolução é ‘tramada’ e que, até a Ferrari, tem de abraçar os híbridos e, a prazo, os eléctricos.

Está decidido que o primeiro carro electrificado da casa do Cavallino Rampante será o 488, o mais acessível da marca porque usufrui de “apenas” 721 cv, extraídos não de um pequeno e barato motor com quatro ou seis cilindros, mas sim de um já respeitável V8. Tanto quanto se sabe, o 488 Hybrid vai beneficiar de uma potência superior, uma capacidade de circular em modo eléctrico durante alguns quilómetros com o V8 sobrealimentado a gasolina “calado” – o que fará a maioria dos clientes gritar ‘sacrilégio’ –, mostrando ainda uma maior agilidade nas recuperações sem recurso à caixa, devido à presença do motor alimentado por bateria.

A apresentação do Ferrari electrificado acontecerá ainda em 2019, com as entregas do primeiro superdesportivo da marca italiana a gasolina e electricidade a arrancarem no início de 2020. Onde é que a casa italiana vai “enfiar” a bateria, ou qual a sua capacidade, é algo que ainda ninguém conhece (fora da Ferrari, pelo menos). Mas o mais importante é que num país como o nosso, cuja fiscalidade depende das emissões de CO2, um Ferrari híbrido vai ter um preço bastante mais convidativo, o que é sempre de saudar.

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