Tinha prometido reagir em “tempo real” à nomeação do cabeça de lista socialista às europeias. Assim foi. Logo que António Costa anunciou o nome do ministro Pedro Marques, em Vila Nova de Gaia, Paulo Rangel, em Santa Maria da Feira, deu voz à sua opinião. A escolha socialista foi para Rangel “dececionante”, uma vez que considera Pedro Marques “um mau ministro”, questionando mesmo “como pode ser um bom deputado europeu?”.
“Não temos nenhuma expectativa de que ele possa ser alguma vez bem-sucedido como deputado europeu”, enfatiza Rangel.
Para Paulo Rangel a gestão de Pedro Marques como ministro “é muito fraca”, dando o exemplo da ferrovi e acrescentando “que hoje vivemos num país de comboios fantasma, porque não há comboios e os que há perdem os motores.”
A “má gestão” criticada por Rangel estende-se aos fundos comunitários, onde a execução “não é brilhante”. “Num país que não tem outra fonte de investimento, era a única coisa que nos podíamos agarrar e nem a isso nos agarramos”, disse.
Nem o rótulo de “mau negociador” escapou a Rangel, sublinhando as negociações para o próximo quadro de fundos comunitários, onde, segundo o social-democrata, “Portugal está a perder 7 a 10%”, enquanto noutros países, como Espanha ou Itália, verifica-se um crescimento.
O cabeça de lista laranja afirma ainda que o adversário não tem “nenhum pensamento europeu”, e que o PSD estava “a contar com um candidato que tivesse outro currículo”.
Rangel, que parecia não ter palco nem voz nesta convenção do Conselho de Estratégia Nacional, falou três vezes. A primeira foi a meio da tarde para criticar indiretamente o CDS, mais tarde subiu ao palco para anunciar Carlos Moedas como mandatário do PSD às europeias e, já na reta final, reagiu, como tinha prometido, em tempo real à escolha de Pedro Marques por parte do PS na corrida à Europa.
O objetivo do PSD para estas eleições europeias está, para Rangel, bem traçada e “não depende apenas dos outros” partidos mas “essencialmente” do PSD. “Eu acho que temos condições de ter um bom resultado eleitoral e isso significa ganhar as eleições. Fácil não vai ser, vai ser difícil. Mas, enfim, sendo difícil não é impossível, por isso está ao nosso alcance”, concluiu.