Começou com uma mensagem deixada nas redes sociais pela claque Juventude Leonina, prosseguiu com uma fotografia onde Nani surge num aeroporto, teve mais um capítulo com as declarações de Jorge Jesus à chegada a Portugal, continuou com vários recados que chegaram das bancadas, acabou com uma vitória concludente e pazes feitas. Este foi mais um domingo “à Sporting”, com uma série de acontecimentos a marcarem, de forma direta ou indireta, a atualidade do clube. Pelo meio, e no primeiro jogo como capitão do Sporting (agora como número 1 da hierarquia, entenda-se), houve Bruno Fernandes.

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Depois de uma mensagem muito crítica deixada pela Juve Leo que foi notícia de manhã, dizendo que os jogadores “não são dignos de usarem a camisola” do Sporting e que o apoio que os jogadores merecem é igual “à atitude, ou seja, zero” entre algumas fotos de elementos com a cara tapada por uma máscara de caveira, foi a situação de Nani que passou para foco principal depois das notícias então não confirmadas de que o extremo teria seguido viagem para os Estados Unidos, onde irá fazer exames e ser apresentado pelo Orlando City. O negócio deverá ser comunicado nas próximas horas e, com isso, os leões perdem aquele que voltou para ser capitão de equipa e que foi caracterizado na altura por Sousa Cintra como “património do clube”.

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Pouco antes do início do encontro em Alvalade, Jorge Jesus aterrou em Portugal e teve algumas declarações aos vários jornalistas presentes, respondendo de forma lacónica às críticas de Bruno de Carvalho (dizendo que, se fosse contar o que se passou, escrevia 20 livros) e admitindo que, se soubesse o que sabe hoje, era “impossível” ter assinado pelo Sporting como aconteceu no verão de 2015. Depois, quando as equipas entraram, os “recados” do topo Sul. “É por esta que nos sacrificamos, façam o mesmo em campo”, lia-se numa tarja ao pé de uma camisola gigante na zona da Brigada. “Estamos bem! Não devemos nada a ninguém”, mostrou mais tarde o Diretivo Ultras XXI. E mais uma vez sentiu-se a “divisão” no estádio, com os cânticos a começaram aos 12 minutos (número associado aos adeptos) e, numa reação de pronto, os assobios a surgirem das outras bancadas.

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No final, como há muito não se via, houve aplausos para a equipa e o respetivo agradecimento dos jogadores. Quase como se tivessem sido feitas as pazes (até quando, o tempo logo dirá). E se é verdade que Bas Dost voltou aos bis, colando a Dyego Sousa na lista dos melhores marcadores, o protagonista principal voltou a ser o do costume: Bruno Fernandes.

Ao marcar de novo de livre direto, a terceira bola parada convertida nos últimos quatro encontros oficiais depois dos golos ao Benfica (Taça de Portugal) e ao Feirense (Campeonato), Bruno Fernandes tornou-se o primeiro jogador da Primeira Liga a celebrar por mais do que uma vez neste tipo de situações, naquele que foi o quarto golo de livre desde que chegou aos leões.

Em paralelo, e num registo mais interno, o internacional português igualou Osvaldo Silva e Krassimir Balakov entre os médios que mais golos apontaram numa só época ao serviço do Sporting (21), ficando apenas a um de António Oliveira em 1981/82 –época em que jogou mais adiantado do que é normal, fazendo um trio com Manuel Fernandes e Jordão.

Depois, e ao fazer o passe para o 3-0 apontado por Bas Dost, o camisola 8 conseguiu também aumentar para nove o número de jogos em que marcou e fez uma assistência, quase o dobro do avançado holandês. Uma parceria que voltou a trazer frutos e que confirmou uma tendência que já vem desde a última temporada, primeira de Bruno Fernandes no Sporting depois de vários anos passados em Itália: o médio e o goleador são responsáveis por quase metade (49%) da produção ofensiva.