O BCP acordou esta segunda-feira com o Fundo Europeu de Investimento emprestar 900 milhões de euros a pequenas e médias empresas (PME) que estão a começar ou operam em setores mais arriscados, o que dificulta o acesso ao crédito bancário. Este financiamento terá a garantia do fundo europeu, que em caso de perdas cobre 50%, pelo que será mais vantajoso o crédito contratado pelas empresas.

Segundo o acordo esta segunda-feira assinado em Lisboa, o Millennium BCP vai disponibilizar 500 milhões de euros a mais de 1.000 PME e mais 400 milhões de euros a 750 PME e empresas de média capitalização.

O vice-presidente executivo do BCP, João Nuno Palma, que assinou este acordo, disse aos jornalistas que os 500 milhões de euros “começarão a chegar já amanhã” a empresas que, pela sua dimensão e por ainda estarem a começar em setores arriscados, como agricultura, turismo, saúde, serviços e energia, teriam acesso dificultado a crédito. Este é o primeiro financiamento do programa europeu COSME a empresas em Portugal.

Já os 400 milhões de euros são uma extensão de financiamento do programa InnovFin que o BCP já tinha contratado com o Fundo Europeu de Investimento (FEI) — o primeiro montante atribuído também foi de 400 milhões de euros — e destina-se a empresas inovadoras, tendo referido o administrador do BCP que, neste caso, o banco também já tem “claramente identificado um conjunto de projetos” a que o crédito poderá chegar.

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Questionado sobre se este financiamento a empresas, usando a garantia do programa europeu, não significa que afinal há muita procura de crédito mas os bancos é que estão pouco disponíveis para correr riscos, o vice-presidente executivo do BCP disse que a “estrutura regulatória do consumo de capital” em relação a alguns créditos dificulta a oferta dos bancos a determinadas empresas e que foi por a Comissão Europeia ter percebido isto que lançou estes financiamentos com garantia parcial.

“Esta parceira com o FEI e a preocupação da Comissão Europeia em financiar a inovação, start ups, agricultura, criatividade e setor cultural é a única maneira de permitir chegar a estes setores crédito com ofertas competitivas”, com preço e prazos adequados, considerou.

Também o diretor de investimentos do Fundo Europeu de Investimento, Alessandro Tappi, afirmou que este financiamento vem tentar colmatar os problemas de acesso a crédito por parte de muitas empresas, quer por que os bancos têm “constrangimentos de capital” e estes empréstimos são considerados menos eficientes, quer pelo facto de as empresas em questão terem “falta de colateral [garantia]” para oferecer. “Este financiamento permite aos bancos oferecerem melhores condições, prazos mais longos e reduzir a garantia pedida aos empresários”, indicou.

O Fundo Europeu de Investimentos faz parte do Plano de Investimentos para a Europa, mais conhecido por Plano Juncker, nome do presidente da Comissão Europeia, que o lançou.