É o auto-proclamado grupo dos independentes: sete deputados do Partido Trabalhista anunciaram esta segunda-feira a saída do partido em protesto contra o líder Jeremy Corbyn. De acordo com o The Guardian, trata-se de Chuka Umunna, Luciana Berger, Chris Leslie, Angela Smith, Mike Gapes, Gavin Shuker e Ann Coffey.

Numa declaração conjunta aos jornalistas, Luciana Berger explicou a saída dizendo que não pode “continuar num partido que é institucionalmente anti-semita”. Para a deputada, a forma como o partido está a tratar o povo judeu assenta em “intimidação e bullying”. Chris Leslie acrescenta que não foi uma decisão fácil mas que o partido parece ter sido “assaltado por uma máquina política de esquerda radical”.

Segundo aquele deputado, seria “irresponsável” Jeremy Corbyn tornar-se primeiro-ministro: “Para ele, o mundo divide-se entre opressores e oprimidos, enquanto a realidade é muito mais complexa do que isso”, acrescentou. Gavin Shuker acrescenta ainda que este grupo de sete, ao contrário do líder trabalhista, “não acredita que qualquer problema do mundo foi criado pelo ocidente”. “O partido trabalhista virou as costas ao povo britânico, às suas aspirações e ambições”, disse ainda. “Os nossos valores não mudaram”, disse ainda Ann Coffey, dando a entender que o que mudou foi a postura do líder do partido.

O grupo dos sete anunciou ainda que vai ser a sua primeira reunião formal, fora do partido, nos próximos dias, e que o objetivo é mudar a forma de fazer política. “A política está estragada. Não tem de ser assim, vamos mudar isso”, disse Chuka Umunna, caracterizando a forma atual de fazer política de “fora de moda”, razão pela qual vira costas à “tribo”.

Em reação à debandada, Jeremy Corbyn disse estar “desiludido”. “Estou desiludido pelo facto de estes deputados terem sentido que não podiam continuar a trabalhar connosco nas políticas do Partido Trabalhista que inspiraram milhões de pessoas nas últimas eleições, fazendo-nos crescer para níveis superiores aos de 1945”, disse, defendendo ainda a “alternativa credível e unificadora” do Partido Trabalhista para o brexit.

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