25 remates. Cinco remates enquadrados. 89% de passes completos. 57 duelos ganhos. 63% posse de bola. O Barcelona dominou a visita ao Lyon e falhou na eficácia. Franceses e espanhóis, ambos invictos nesta edição da Liga dos Campeões, empataram a zeros num resultado que deixou tudo em aberto para o jogo da segunda mão em Camp Nou. Com as 25 tentativas infrutíferas, o Barcelona chegou ao registo de remates mais elevados sem conseguir marcar em jogos da Liga dos Campeões desde 2003/04.

Ernesto Valverde apostou esta terça-feira em Ousmane Dembélé na esquerda do ataque, em detrimento de Philippe Coutinho, e alinhou com um meio-campo a três formado por Rakitic, Busquets e Sergi Roberto, com as laterais da defesa a ficarem entregues a Jordi Alba e ao português Nélson Semedo, que ganha cada vez mais espaço na equipa catalã. Do outro lado, Bruno Génésio tinha outro Dembélé, Moussa, a fazer parelha no ataque com o holandês ex-Manchester United Memphis Depay (num onze que tinha ainda o português Anthony Lopes na baliza).

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Depois de Ter Stegen ter impedido o primeiro golo do jogo ainda antes de o relógio chegar aos dez minutos, ao parar um remate de Terrier, o Barcelona foi sempre a equipa mais perigosa e procurou marcar durante a totalidade dos 90 minutos, com a clara noção de que um golo em França significaria uma segunda mão mais tranquila onde seria mais importante não sofrer do que propriamente marcar. Messi, sempre muito bem entrosado com Jordi Alba, procurou resolver sozinho e assistir Suárez e Dembélé mas faltou-lhe a eficácia de outros dias — o que muito contribuiu para o empate dos blaugrana já que, a par de Busquets (que obrigou Anthony Lopes à defesa da noite), o avançado argentino foi claramente o elemento mais inconformado da equipa espanhola.

O Lyon foi quase sempre inferior mas criou, a espaços, muitos calafrios à defensiva do Barcelona, quase sempre graças à noite inspirada de Depay. Com o decorrer da segunda parte, os franceses foram percebendo que o crescente nervosismo dos espanhóis, avolumado pela demora do golo, poderia favorecê-los e proporcionar erros que não aconteceriam em situações ditas normais. As transições rápidas, que demonstram muita qualidade e preparação e tornam apetecível uma segunda mão onde tudo terá de ser decidido, descobriram lacunas entre Lenglet e Piqué e exploraram os espaços entre os laterais e os centrais.

No final dos 90 minutos, Lyon e Barcelona deixaram todas as decisões adiadas para a segunda mão em Camp Nou e deram razão às estatísticas. Tirando o elemento fulcral que é o golo, eram as duas equipas sem qualquer derrota na presente edição da Liga dos Campeões e foi exatamente assim que se apresentaram: enquanto muralhas difíceis de bater.