O presidente da marca chinesa Huawei garantiu à BBC que os Estados Unidos não podem ”esmagar” a empresa. ”O mundo não nos pode deixar porque somos mais avançados. Mesmo que eles [os EUA] convençam mais países a não nos usarem temporariamente, nós podemos sempre tornar-nos uma empresa mais pequena”, disse.

Estas declarações surgem após o governo dos EUA pressionar outros países, como o Reino Unido, para deixarem de usar os equipamentos da Huawei. ”O que é importante é que nós partilhemos com eles as coisas que sabemos sobre os riscos de segurança da Huawei”, afirmou o secretário de Estado norte-americano Michael Pompeo, citado pela Bloomerang.

Já em 2012, os EUA proibiram as companhias de usar aparelhos da Huawei. Na altura, a Casa Branca lançou um relatório que acusava a ZTE e a Huawei de ameaça à segurança nacional e espionagem. ”A China tem os meios, as oportunidades e os motivos para usar empresas de telecomunicações para fins maliciosos”, diz o relatório.

Ren Zhengfei negou sempre estas acusações, dizendo que nunca prejudicaria os seus clientes. ”Este tipo de ato politicamente motivado não é aceitável. Os EUA gostam de sancionar os outros […], vamos deixar que os tribunais resolvam isto”. O fundador da marca acrescentou que a empresa vai ”investir ainda mais” no Reino Unido. ”Se os EUA não confiam em nós, então vamos mudar o nosso investimento dos EUA para o Reino Unido numa escala ainda maior. ”

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O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, disse à BBC que ”a América não representa o mundo”, e que por isso a marca pode continuar a investir noutros países.

A ”guerra” entre os Estados Unidos e a Huawei já se estende há alguns anos, e no ano passado, a filha de Ren, Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, foi mesmo acusada pelos EUA de ter violado as sanções económicas que o governo norte-americano aplicou ao Irão há várias décadas. Chegou a ser detida no Canadá, mas conseguiu pagar uma fiança de 10 milhões de dólares canadianos (cerca de 6,6, milhões de euros) para sair.

Diretora da Huawei paga 6,6 milhões de euros para sair da prisão, sob fiança