O lucro da Air France-KLM aumentou 151%, para 409 milhões de euros, em 2018 face a 2017, apesar da quebra de 30,7% do resultado de exploração que, penalizado pelas greves, somou 1.332 milhões de euros.

Em comunicado, o grupo de aviação franco-holandês apontou um impacto negativo de 335 milhões de euros das greves na sua companhia Air France. Este conflito laboral terminou na terça-feira, com o voto dos pilotos de Air France a favor do acordo com a direção do novo administrador delegado, Ben Smith, que em outubro já tinha conseguido um compromisso inicial com os sindicatos que representam mais de três quartos dos trabalhadores.

Em 2018, a diferença de rentabilidade entre os dois segmentos do grupo foi significativa: o resultado de exploração da Air France ficou-se pelos 266 milhões de euros (menos 597 milhões do que em 2017), o que se traduziu numa margem de exploração de 1,7%, enquanto a divisão holandesa KLM registou 1.073 milhões de euros de resultado de exploração (menos seis milhões do que no exercício anterior), com uma margem de 9,8%.

Segundo a Air France-KLM, outro fator que penalizou o resultado de exploração foi a fatura do combustível, que aumentou em 451 milhões de euros, para 4.958 milhões, sobretudo devido à subida do preço do petróleo.

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No conjunto do ano, o grupo franco-holandês destacou o aumento de 1% da produtividade e a subida do número médio de funcionários para acompanhar o aumento da sua oferta, em 1.200 pessoas, dos quais 250 pilotos e 450 tripulantes de cabine.

A faturação aumentou 2,5% em termos absolutos e 5% em termos comparáveis, para 26.515 milhões de euros, sendo de destacar a contribuição da companhia de baixo custo Transavia (1.611 milhões de euros, +12,2%), o negócio de transporte de carga (2.288 milhões de euros, +4,1%) e as atividades de manutenção (4.349 milhões de euros, +4,7%).

No ano passado, os aviões das várias companhias do grupo transportaram 101,447 milhões de passageiros, uma subida de 2,8%, sendo que 15,828 milhões corresponderam à Transavia, que registou um aumento de 7,1%.

Para 2019, num contexto de incerteza geopolítica e sobre a evolução do preço do petróleo, o grupo prevê efetuar “aumentos seletivos de capacidade” na sua rede de passageiros em 2% a 3% face a 2018, sendo que no caso da Transavia o ritmo de crescimento atingirá os 9% a 11%.

Os planos para este ano passam também por diminuir os custos em até 1% sobre uma base constante de câmbio e do preço do barril de petróleo.

Em 2019, a Air France-KLM estima que a fatura de combustível aumente em 650 milhões de euros, para os 5.600 milhões de euros.