A Nissan refrescou o Micra e dotou-o com novos argumentos, que tornam o pequeno utilitário mais atraente e competitivo, face à concorrência. Para começar, adicionou novos motores, mais potentes do que os antigos. O conhecido 0,9 IG-T de 90 cv desapareceu e, no seu lugar, surge o 1.0 IG-T de 100 cv, que exige um investimento adicional de 2%, cerca de 280€, mas compensa ao disponibilizar +11% de potência (10 cv), +14% de binário (com mais 20Nm de “força”). Isto enquanto consome menos 13%, o equivalente a 0,7 litros por cada 100 km, uma redução interessante num motor que, por si, já é bastante comedido no seu apetite por gasolina.

O Micra mais acessível continua a recorrer ao já conhecido 1.0 IG atmosférico e com caixa de cinco velocidades, com 70 cv. Mas é o novo 1.0 IG-T de 100 cv o que maior potencial tem de vendas, esteja ele associado a uma caixa manual de seis velocidades, ou à nova automática de variação contínua. Denominada Xtronic, esta caixa tem dois modos de utilização, o primeiro normal, em que até 50% de pressão do acelerador funciona de forma contínua, para a seguir disponibilizar uns “degraus” que evitam um patinar excessivo e tornam a utilização mais agradável. A marca japonesa anuncia um consumo superior com esta caixa Xtronic – 5,1 contra 4,5 litros/100 km –, mas no percurso realizado a vantagem para a caixa manual pareceu-nos ainda superior. Sendo que a Xtronic ainda obriga a um investimento adicional de 1.200€.

N-Sport: um Micra mais desportivo

Além das unidades normais e de aspecto menos agressivo, o Micra vai passar a oferecer versões desportivas, denominadas N-Sport. Os motores ao dispor destas versões mais assanhadas são dois, o 1.0 IG-T de 100 cv e o 1.0 IG-T de 117 cv. Para o primeiro a Nissan anuncia 184 km/h, 0-100 km/h em 10,9 segundos e um consumo médio de 4,5 litros/100 km (e 104 g de CO2), para o mais possante reivindicar 195 km/h, 0-100 km/h em 9,9 segundos e 5,0 l/100 km (e 114 g de CO2).

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As versões  N-Sport montam ainda suspensões mais baixas e mais duras, capazes de lidar com uma condução mais dinâmica, o sistema i-Key, que permite entrar e sair sem usar a chave, e jantes em negro carbono. O resto do equipamento inclui vidros escurecidos atrás, retrovisores em negro carbono, tapetes desportivos, tablier revestido parcialmente em Alcantara e bancos forrados em pele e Alcantara.

Sendo das versões mais bem equipadas da gama, os N-Sport contam com o Nissan Connect (com updates over-the-air), ecrã central táctil de 7” e sistema de reconhecimento por voz. O novo sistema de infoentretenimento permite ainda que se pesquise um destino através da App, que depois é assumida pelo sistema de navegação assim que entramos a bordo, com a mesma aplicação a facilitar encontrar o carro num parque de estacionamento de maiores dimensões. A Nissan oferece a actualização de mapas nos três primeiros anos, mas o serviço é cobrado a partir daí.

Um Micra com cheirinho a GT-R

Estas novas unidades 1.0 IG-T são muito compactas, fruto de possuírem apenas três cilindros, mas isso não deve ser confundido com serem simples ou baratas. Antes pelo contrário. Para começar, recorrem ao mesmo tratamento de superfície utilizado pelo superdesportivo GT-R, para reduzir a fricção e, logo, as perdas de potência por aquecimento. A cambota e as bielas são forjadas, para reduzir o peso e aumentar o equilíbrio, sendo que a cabeça e o bloco são integralmente em alumínio e a válvula wastegate é comandada electronicamente, o que facilita a modulação da potência do motor, montando ainda uma correia de distribuição sem tensor, o que reduz peso e atrito.

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Se esta é a lista de trunfos do 1.0 IG-T de 100 cv, a versão de 117 cv oferece em cima de tudo isto roletes nos comandos das válvulas, mais uma vez para cortar o atrito e melhorar consumos e emissões, montando ainda variador de fase na árvore de cames de admissão e de escape. O colector de escape beneficiando ainda da função overboost, para extrair mais potência e melhorar a resposta do motor ao acelerador.

Como é de preços?

Se a Nissan continua a depender dos SUV como o Qashqai e o Juke, além do Leaf, cada vez mais importante, o Micra é um veículo já com um peso importante para a marca japonesa, sendo o 6º utilitário mais vendido do segmento, logo atrás do Clio, 208, C3, Polo e Corsa. Mas a prova que o Micra está em sintonia com os clientes é que as suas vendas cresceram 83% em 2018, face ao ano anterior, a que corresponde escalar cinco lugares no ranking das vendas do segmento.

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A gama portuguesa não vai ter versões diesel, solução que tinha cada vez menos expressão junto dos clientes nacionais, arrancando com o motor 1.0 IG de 70 cv, proposto por 15.500€. Por mais 850€, os clientes têm acesso ao motor de 100 cv, igualmente com caixa manual de cinco velocidades, e caso o cliente pretenda despender 17.300€, pode adquirir 1.0 IG-T de 117 cv, o mais potente da gama, com a caixa XTronic a exigir uns adicionais 1.200€.

O Micra N-Sport está à venda por 19.150€, na versão de 100 cv, e 20.100€ com 117 cv, incluindo já o equipamento adicional, do N-Connect ao sistema de som da Bose. E todos estes argumentos são importantes, uma vez que 50% das vendas da Nissan neste segmento é realizado a particulares, com outro tanto a frotas.