Na manhã desta quarta-feira, institutos e congregações católicas espalhados pelo mundo publicaram, de acordo com uma notícia divulgada pelo jornal El País, uma declaração conjunta na qual admitem um encobrimento de casos de abusos sexuais. A iniciativa surge a poucas horas da realização de uma cimeira histórica, a ocorrer esta quinta-feira, com o intuito de abordar os casos de abusos a menores por parte de membros da igreja.

No documento em causa, estas instituições revelam que, perante o conhecimento de vários casos de abuso, ignoraram a situação e admitem um sentimento de vergonha em relação a esse comportamento. “Baixamos as nossas cabeças com vergonha ao perceber que esse abuso ocorreu nas nossas congregações e ordens e na nossa Igreja”, lê-se na declaração. No documento as entidades também reconhecem ter ignorado vários casos que afetavam as ordens e congregações católicas em causa, e aos quais não deram resposta, prometendo mudar no futuro: “Prometemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para ouvir melhor os sobreviventes, reconhecendo humildemente que nem sempre o fizemos.”

Vaticano recebeu cerca de 900 denúncias de abusos em 2018

Esta poderá ser uma forma destas entidades “limparem a sua imagem” a tempo da cimeira que se realiza no Vaticano esta quinta-feira, 21 de fevereiro. Em várias partes da declaração divulgadas pelo El País, pode ler-se a vontade e urgência em mudar o cenário atual de abusos sexuais no seio da igreja católica: “Comprometemo-nos a caminhar com aqueles a quem servimos, avançando com transparência e confiança, honestidade e sincero arrependimento.”

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