Na celebração dos 125 anos do clube e no quinto aniversário do Museu, A Pele do Dragão chega, finalmente, ao público. O livro conta a história do Futebol Clube do Porto através das camisolas utilizadas pelos jogadores.

Francisco Araújo, o autor do livro, é piloto da TAP e tem uma grande curiosidade por colecionismo. De facto, o escritor revelou que um dos seus objetivos com a publicação da obra, é a partilha da paixão pelo colecionismo das camisolas. A elaboração do livro demorou cerca de três anos – dois para o primeiro esboço e 18 meses para afinações, imagens, designers, etc. – mas, segundo o autor, poderá não ficar por aqui. “Com tanta história para contar, estou convicto numa segunda edição”, destacou.

Francisco realça que todas as informações descritas ao longo da obra, como, por exemplo, que em 1953 uma camisola pesava cerca de 300 gramas, e em 2016/2017, o peso não excedia os 160 gramas, são baseadas em factos. A pesquisa passou por várias visitas à Biblioteca Municipal do Porto e pela leitura de livros, jornais e documentos relativos ao tema. Segundo o autor, “é possível fazer uma descrição histórica da evolução do clube através dos equipamentos”. Numa comparação das camisolas do clube a armaduras, Francisco deixou o mote: “Neste caso, os nossos gladiadores são os nossos jogadores que entram em campo”.

Outra das curiosidades partilhadas por Francisco Araújo foi que só por volta da década de 90 é que as camisolas começaram a ter o nome dos jogadores, na parte de trás. Até lá, os equipamentos não tinham qualquer identificação da pessoa que os utilizava, sendo apenas de 1 a 11 (mais os cinco suplentes, hoje sete). O autor do livro A Pele do Dragão confessou que preferia essas camisolas, por uma questão de design. Aliás, a camisola preferida do escritor é a dos anos 50, ainda com gola.

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Francisco Araújo a autografar um livro para o presidente portista, Pinto da Costa (Afonso Nunes/Museu FC Porto)

Jorge Nuno Pinto da Costa tem 189 camisolas. “A minha história de presidente pode fazer-se pelas camisolas que eu tenho”, contou. Quando questionado acerca das alterações das cores nos equipamentos, para evitar confusões em jogos contra equipas de cores semelhantes, Pinto da Costa explica que “é um mal necessário e obrigatório”. “Não gosto de jogar com essas camisolas, embora tenhamos alternativas muito bonitas. A nossa cor é o azul e branco”, admitiu. “Quando o céu mudar de cor, quando passar a ser vermelho, nós mudamos para o vermelho. Enquanto o inferno se mantiver vermelho, nunca nós teremos vermelho”. Ainda assim, deixou uma confissão: tem uma camisola do Benfica. “Só uma, do António Simões, com uma dedicatória e um abraço amigo ao presidente do FC Porto. É uma camisola que vale por todas”, disse.

Sobre o livro, Jorge Nuno Pinto da Costa defendeu que “fazia falta ao Futebol Clube do Porto, ter isto para quem quiser conhecer a sua história”.

Para Sérgio Conceição não é difícil passar a mensagem de amor à camisola aos jogadores. O treinador chegou ao clube com 15 anos e fala num “orgulho muito grande” e “num amor inexplicável”. Sérgio explicou que estando o FC Porto numa fase decisiva, com “esta força, vamos conseguir aquilo que é o nosso objetivo”. Já o apresentador do evento, Júlio Magalhães (diretor do Porto Canal), explicou que, independentemente das cores que os jogadores vistam, o azul e branco será sempre um regresso às origens, quer dos adeptos, quer dos jogadores.

No final da apresentação, o presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa, entregou uma camisola com o nome do autor do livro, Francisco Araújo e com o número 125 (idade do FC Porto). A Pele do Dragão tem cerca de 400 páginas, é a primeira obra editorial do Museu do Futebol Clube do Porto e está editada em português e inglês. Tem como objetivo ajudar a compreender o FC Porto e o desporto, desde os primórdio do clube até à atualidade.

Pinto da Costa ofereceu ao autor uma camisola com o número de anos do FC Porto (Afonso Nunes/Museu FC Porto)

A apresentação do livro contou, ainda, com a presença de alguns ex-jogadores do clube, como Frasco, Lima Pereira, Fernando Gomes, Areias, João Pinto, António André e Rui Barros.