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A noite em que Óliver deixou de ser Torres e foi Tsubasa (a crónica do Tondela-FC Porto)

Este artigo tem mais de 5 anos

O FC Porto venceu em Tondela e assegurou a liderança na antecâmara da receção ao Benfica. Óliver marcou um golo (quase dois anos depois) e foi o melhor dos dragões.

O médio espanhol não marcava há quase dois anos
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O médio espanhol não marcava há quase dois anos

LUSA

O médio espanhol não marcava há quase dois anos

LUSA

À entrada para a receção ao FC Porto, o internacional português Cláudio Ramos tinha uma certeza: não ia, pelo menos a partir do primeiro minuto de jogo, enfrentar nenhum dos avançados dos dragões que já o bateram desde que o Tondela está na Primeira Liga. Aliás, só um deles constava da convocatória de Sérgio Conceição. De todos os que ainda integram o plantel azul e branco, Aboubakar estava lesionado, Soares estava castigado e Brahimi começou no banco de suplentes depois de ter saído em dificuldades do encontro em Roma para a Liga dos Campeões.

Na antecâmara da meia-final da Taça de Portugal com o Sp. Braga, do Clássico com o Benfica que pode ser decisivo para as contas do Campeonato e da segunda mão dos oitavos da Champions, numa eliminatória em que está em desvantagem, o FC Porto visitava Tondela sem vários jogadores importantes para o esquema de Sérgio Conceição. Às lesões prolongadas de Aboubakar e Marega juntou-se Danilo Pereira, que se lesionou contra o V. Setúbal, e ainda Tiquinho Soares, que viu o quinto amarelo contra os sadinos. A última baixa surgiu já esta madrugada, quando Éder Militão foi apanhado numa discoteca a altas horas da madrugada e acabou por sair da convocatória por razões disciplinares. Tudo somado, Pepe era titular ao lado de Felipe, Wilson Manafá voltava a ser o dono da direita da defesa, Otávio e Óliver estavam ambos no onze e a dupla atacante do FC Porto era formada por Fernando Andrade e Adrián López.

Éder Militão foi apanhado em discoteca de madrugada e está fora do jogo do FC Porto em Tondela

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As restrições, já naturalmente preocupantes face ao período importante da temporada que o FC Porto atravessa, tornavam-se particularmente relevantes dada a dificuldade da deslocação. Desde que o Tondela subiu pela primeira vez ao principal escalão do futebol português, em 2015/16, só por uma ocasião os dragões conseguiram vencer por mais do que a margem mínima: e já empataram a zeros no Estádio João Cardoso e perderam no Dragão, quando Petit ainda comandava os tondelenses, graças a um grande golo de Luís Alberto. Após a vitória em casa frente ao V. Setúbal, o FC Porto voltava a estar obrigado a vencer caso quisesse garantir desde já que passa mais uma semana na liderança do Campeonato e que no próximo sábado recebe o Benfica no topo da tabela.

Os dragões entraram rápidos e dinâmicos e o Tondela revelou desde logo muitas dificuldades na recuperação das bolas perdidas. Adrián causou perigo logo no primeiro minuto, com uma arrancada pela esquerda, e ganhou um pontapé de canto que deu origem a uma outra oportunidade, com um desvio de Felipe a proporcionar uma boa defesa a Cláudio Ramos. Rapidamente se percebeu que o 4x4x2 de Sérgio Conceição era totalmente assimétrico: se do lado esquerdo era Adrián quem dava largura e abria espaço a Corona para assumir uma posição de falso avançado, na direita era Manafá que tomava conta de grande parte do corredor, no apoio a Fernando, permitindo a Óliver a exploração de terrenos interiores que criavam superioridades numéricas. E foi de uma dessas transições que surgiu o lance que acabou por dar origem ao primeiro golo do FC Porto.

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Ficha de jogo

Tondela-FC Porto, 0-3

23.ª jornada da Primeira Liga NOS

Estádio João Cardoso, em Tondela

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora)

Tondela: Cláudio Ramos, Moufi, Ricardo Costa, Ricardo Alves, Joãozinho, Jaquité (João Pedro, 42′), Bruno Monteiro, Delgado (Murillo, 69′), Peña, Xavier (Pité, 59′), Tomané

Suplentes não utilizados: Pedro Silva, Ícaro Silva, Tembeng, Pité, Chicho Arango

Treinador: Pepa

FC Porto: Casillas, Manafá (Maxi Pereira, 69′), Felipe, Pepe, Alex Telles, Otávio, Óliver, Herrera (André Pereira, 75′), Corona, Fernando Andrade (Brahimi, 70′), Adrián López

Suplentes não utilizados: Vaná, Mbemba, Bruno Costa, Hernâni

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Pepe (11′), Óliver (53′), Herrera (74′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Ricardo Alves (20′), Pepe (72′)

Óliver fletiu para dentro e tentou construir com Adrián López, que estava recuado no terreno numa tentativa de ir procurar jogo. Ricardo Costa, antigo jogador do FC Porto, fez falta sobre o avançado espanhol e cedeu um livre em posição frontal para a baliza, ainda que muito longe da grande área. Óliver bateu, o alívio sobrou para Herrera e Pepe ganhou o ressalto, rematando rasteiro e à meia volta para o primeiro dos dragões. O central brasileiro não marcava pelo FC Porto desde abril de 2007, no Estádio da Luz com o Benfica, e tornou-se o 20.º jogador a marcar pelos dragões esta temporada.

A equipa de Sérgio Conceição controlou os acontecimentos do jogo até ao minuto 20, altura em que o jogo perdeu alguma qualidade e se tornou mais duro, com entradas perigosas de Ricardo Alves e Herrera. O Tondela esboçou uma reação nos últimos minutos da primeira parte, motivado por uma boa oportunidade de Tomané, que ficou na cara de Casillas, e o meio-campo do FC Porto perdeu algum discernimento e abriu espaços no corredor central. Quando Luís Godinho apitou para o intervalo, o Tondela de Pepa estava à procura do empate e já tinha perdido Jaquité para uma lesão e os dragões caíam na partida, com muitas perdas de bola e muitos passes falhados.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Tondela-FC Porto:]

No regresso para a segunda parte, nem Pepa nem Sérgio Conceição mexeram nas equipas e o jogo voltou algo partido, com transições rápidas e sem grande organização no meio-campo. Com um ligeiro ascendente, o FC Porto conseguiu avolumar a vantagem ainda dentro dos primeiros dez minutos do segundo tempo e deu um passo de gigante para a vitória final. Óliver ganhou um ressalto à entrada da área e atirou de primeira e com o peito de pé: Cláudio Ramos não tinha qualquer hipótese e o médio espanhol voltou a marcar quase dois anos depois. O jovem jogador dos dragões, que graças ao primeiro nome bem podia ter como apelido Tsubasa (a personagem de desenhos animados que jogava futebol) foi o melhor da equipa de Sérgio Conceição e assumiu a liderança do ataque num dia em que os avançados pouco ou nada ofereceram.

Na segunda parte, o FC Porto mudou o corredor preferencial para atacar da esquerda e para a direita e Herrera e Otávio surgiram mais vezes na ala, ao invés do que havia acontecido na primeira parte, em que Manafá esteve responsável pelo lado direito praticamente sozinho. Do outro lado, Alex Telles assumia o corredor esquerdo na íntegra, depois de uma primeira parte muito discreta e mais dedicada às funções defensivas, e abria espaço à liberdade de Óliver e Corona.

E se no primeiro tempo o Tondela conseguiu reagir com qualidade e esteve até perto do empate antes do intervalo, na segunda os dragões souberam fechar melhor o corredor central e evitar grandes desequilíbrios. Já depois de Otávio ficar perto do terceiro e Adrián quase bater Cláudio Ramos — e após Pepa arriscar tudo, com as entradas de Murillo e Pité –, o Tondela subiu a intensidade da recuperação de bola e esteve alguns minutos a jogar no interior do meio-campo defensivo dos dragões, ainda que sem nunca criar situações de perigo. Foi neste período de maior ascendente da equipa de Pepa que Brahimi, que entretanto tinha entrado para o lugar de Fernando Andrade e fez o jogo 200 pelos azuis e brancos, assistiu Herrera para o terceiro golo do jogo.

O FC Porto esteve longe de ser brilhante — pecou na qualidade e na eficácia do passe e mostrou fraquezas defensivas –, mas foi competente e eficaz o suficiente para ganhar de forma inequívoca num terreno difícil e desprovido de alguns titulares. Os dragões garantem a liderança do Campeonato na receção ao Benfica no próximo sábado, cavam uma vantagem maior para o Sp. Braga, que perdeu em casa com o Belenenses SAD, e ganham balanço para uma fase decisiva da temporada, tanto internamente como na Europa.

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