Mais de cem mil pessoas manifestaram-se esta quinta-feira em várias localidades da Catalunha contra o julgamento de 12 dos seus dirigentes em Madrid, segundo a polícia local. Os protestos foram convocados por movimentos separatistas contra o julgamento de 12 dos seus dirigentes em Madrid, envolvidos na tentativa de independência de 2017.

Em Barcelona, a marcha contou com cerca de 40 mil pessoas, segundo a Guardia Urbana, embora os organizadores aleguem que tivessem estado cerca de 200 mil manifestantes. Em Girona, o protesto contou, segundo a polícia local, com cerca de 70 mil pessoas.

Esta quinta-feira de manhã, segundo a Secretaria Regional da Administração Interna do Governo catalão, foram detidas três pessoas e outras 22 foram atendidas pelos serviços de socorro médico, durante os cortes ao trânsito ocorridos em várias vias de comunicação.

A greve foi convocada por um pequeno sindicato independentista (CSJ) para protestar contra o julgamento dos 12 líderes separatistas iniciado no Tribunal Supremo, em Madrid, na semana passada. O julgamento deverá demorar três meses, com a sentença a ser conhecida antes das férias de verão.

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O Ministério Público pediu penas que vão até 25 anos de prisão contra os acusados, por alegados delitos de rebelião, sedição, desvio de fundos e desobediência.

O principal acusado no julgamento dos independentistas catalães, o ex-vice-presidente do governo regional Oriol Junqueras, disse na semana passada em tribunal que se considera um “prisioneiro político” que está a ser julgado pelas suas ideias.

No banco dos réus estão também vários ex-membros do antigo executivo regional, a antiga presidente do Parlamento catalão e os dirigentes de duas poderosas associações cívicas.

A figura principal da tentativa de independência, o ex-presidente do Governo regional catalão Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica, é o grande ausente neste processo, visto que Espanha não julga pessoas à revelia em delitos com este grau de gravidade.

Após realizar a 1 de outubro de 2017 um referendo sobre a independência proibido pela justiça, os separatistas catalães proclamaram a 27 de outubro do mesmo ano uma República catalã independente, decisão que levou o executivo central de Mariano Rajoy a destituir Carles Puigdemont e a dissolver o parlamento regional.