A ministra da Saúde garante que está comprometida em cumprir com os prazos de arranque das obras da ala pediátrica do Hospital do São João, no Porto. Esta sexta-feira de manhã, Marta Temido — que anteriormente tinha dito que não dormiria tranquila enquanto o problema não se resolvesse e que já tinha apontado o mês de abril como data para o projeto arquitetónico estar pronto — voltou a assumir que esses prazos serão cumpridos. As declarações da ministra acontecem no mesmo dia em que a Associação Joãozinho anunciou que vai mesmo interpor uma ação judicial contra a administração hospitalar. A ameaça já tinha sido feita em janeiro.

Lembrando que o governo já canalizou 23 milhões de euros para que a obra possa avançar e garantindo que esse valor já está do lado do São João, Marta Temido diz faltar um pormenor importante: “Falta um ponto essencial que é ter um projeto para a obra. Sem ele não podemos fazer a obra. É necessário que os arquitetos terminem esse trabalho até abril”, disse a titular da pasta da Saúde aos jornalistas, à saída de um encontro no hospital do Porto.

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No entanto, relembra que após estar na posse do projeto, há outras burocracias e timings a cumprir.

Teremos de fazer uma revisão do projeto através de uma equipa externa, o que já está a ser assegurado, e depois é necessário abrir um procedimento concursal para ajuste direto. Depois, inicia-se a obra. Estamos focados nestes timings”, garantiu Marta Temido.

A ministra avançou ainda que está a ser ponderada a transferência de alguns serviços da ala pediátrica para o interior do Hospital de São João.

Opinião diferente tem Agostinho Marques, da Associação Joãozinho, organização que nasceu em 2014 com o objetivo de garantir financiamento para a nova ala pediátrica do Centro Hospitalar de São João. Para Agostinho Marques o atual governo “não faz, nem deixa fazer as obras, nem pretende concluí-las no horizonte da sua legislatura”.

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Esta sexta-feira, a associação anunciou que irá interpor uma ação judicial de forma a que a administração do centro hospitalar seja obrigada a retirar os serviços de sangue do local onde se encontram hoje, “já que estão a obstruir a obra da ala pediátrica, que há dez anos funciona em contentores. Agostinho Marques acusou o Governo e a ministra Marta Temido de “falta de seriedade” em toda esta matéria.

O internamento oncológico e geral de pediatria do São João funciona em contentores provisórios desde 2011 e o parlamento aprovou em novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da Ala Pediátrica.

No dia 3 de janeiro, a administração do Hospital de São João indicou que a obra da ala pediátrica deve começar no início do segundo semestre, prevendo-se para abril a transferência provisória da pediatria oncológica para o edifício central.

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