O breaking, erradamente denominado por breakdance, é um dos desportos convidados dos Jogos Olímpicos Paris2024, e o português Max Oliveira, que integra a comissão organizadora, disse esta sexta-feira à Lusa que a modalidade vive “um momento único”.

Trabalhei a minha vida toda para isto. Nunca imaginei ser possível o breaking estar inserido nos Jogos Olímpicos. É muito bonito. É bom acontecer antes de ser idoso. É bom acontecer enquanto estou vivo”, afirmou Max Oliveira, dos Momentum Crew, por várias vezes campeões mundiais.

Max Oliveira referiu que o primeiro grande problema em mãos e a resolver em sede do Comité Olímpico Internacional (COI) é a própria terminologia da modalidade, já que o mediático e popular termo breakdance não é o correto para se referir à disciplina, apesar de ser o mais conhecido, mas sim breaking.

O breaking, juntamente com a escalada, o surf e o skate, na qualidade de desportos convidados, vão juntar-se às 28 modalidades já previstas no programa dos Jogos Olímpicos Paris2024, mas vão ter ainda de ser validados pelo Comité Olímpico Internacional (COI), em dezembro de 2020.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nesse sentido, foi constituída uma comissão organizadora do breaking para os Jogos Olímpicos Paris2024, da qual faz parte o português Max Oliveira, e que terá a primeira reunião no dia 11 de março, em Praga, na República Checa.

“Nessa reunião vão ser atribuídas tarefas no sentido de desenvolver nos diversos países a criação de federações e associações, para que o breaking tenha a organização como modalidade expectável por parte do COI, para que possa ser inserida nos Jogos Olímpicos de 2024”, explicou Max Oliveira.

O objetivo deste trabalho a desenvolver pela comunidade breaking é a criação de uma nova plataforma, a desportiva, a somar às já existentes na modalidade, nomeadamente cultural, já com campeonatos europeus e mundiais, e performativa (mais ligada a aspetos performativos e cénicos).

“O breaking nasceu há poucos mais de 40 anos como algo que é reconhecido como uma subcultura do hip-hop. Dessa subcultura foi extremamente rápido chegar aos Jogos Olímpicos. É uma vitória muito grande. Há desportos que demoram dezenas de anos e outros que nunca lá chegam”, acrescentou.

A fórmula do apuramento para Paris2024 ainda está por definir, mas Portugal, pelos resultados já obtidos, é um país que é já uma referência no breaking e, por isso mesmo, foi convidado para fazer parte da comissão organizadora dos Jogos Olímpicos.

Temos vários campeões mundiais, por várias vezes, e Portugal foi convidado para estar presente nesta comissão olímpica de breaking para Paris2024 devido ao seu percurso. Conquistámos o respeito de toda a comunicada internacional e durante toda a vida sem apoios”, disse Max Oliveira.

A fórmula competitiva do breaking, algo comparável ao formato do ténis, reside nos torneios guest (convidados), que coroam os campeões mundiais, e open (abertos) e no somatório de pontos para um ranking nominal.

“Temos tudo para sermos mais fortes ou melhores do que os outros. Nós não treinamos para o segundo lugar”, disse Max Oliveira, acrescentando que, para quem gosta de breaking, esta “é uma época muito bonita para se estar vivo”.

Veja o vídeo para conhecer o grupo português e campeões mundiais  Momentum Crew.