O Partido Socialista Europeu (PSE) apelou este sábado para que nas eleições europeias de maio e nas eleições legislativas de Espanha, em abril, se trave o crescimento e a pressão da extrema direita.

No final da convenção do Partido Socialista Europeu, que decorreu em Madrid na sexta-feira e no sábado, e visou preparar a mensagem desta família política para as eleições europeias, dirigentes socialistas de toda a Europa manifestaram o seu apoio ao presidente do Governo espanhol e secretário geral do PSOE, Pedro Sánchez.

Os dirigentes sublinharam a importância de, nestes dois atos eleitorais, se travar o crescimento do extremismo, patente na utilização do slogan da guerra civil espanhola “Não passarão”.

As eleições europeias vão realizar-se de 23 a 26 de maio (em Portugal estão marcadas para 26 de maio). Antes disso, no dia 28 de abril, Espanha irá ter eleições legislativas para escolher um novo governo.

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O candidato “comum” dos socialistas europeus à presidência da Comissão Europeia, o holandês Frans Timmermans, precisou que nestas eleições se estará a lutar “pela alma da Europa”, prometendo “otimismo e esperança” contra o medo que pregam os xenófobos e extremistas.

“Estamos a jogar a Europa. Não é um exagero, é a verdade” referiu, acrescentando que “a última coisa que os nossos filhos merecem é que não haja ninguém para defender as conquistas que custaram tanto a conseguir”.

O ex-primeiro ministro búlgaro Sergei Stanishev precisou, por seu lado, que “estas eleições vão estar focadas na alma da Europa” e assinalou ainda que é um facto histórico que a “extrema direita ocupa o poder quando a direita ocupa o seu espaço e a sua retórica”.

Outro dos intervenientes, o primeiro-ministro sueco, observou que a coligação de governo que se alcançou no seu país depois de um longo período negocial, foi uma forma de evitar que a extrema direita chegasse ao poder.

“Sabemos que os nossos valores estão em perigo em muitos países do nosso continente”, afirmou, acrescentando que “há que dizer às pessoas que os extremistas e os nacionalistas não são a resposta”.

Neste contexto, os socialistas europeus expressaram a importância de a União Europeia se focar mais nas questões sociais e não apenas ou sobretudo nos aspetos económicos.

Para tal defenderam a necessidade de se fomentarem políticas de igualdade que promovam a criação de emprego de qualidade e sublinharam a importância de as multinacionais pagarem os impostos onde efetivamente obtêm os lucros.

Pedro Sánchez referiu-se às eleições legislativas que marcou para 28 de abril lembrando que a abstenção beneficia “os que querem regressar à Espanha de há 40 anos”.

“Peço mobilização, mobilização, mobilização. Somos mais do que aqueles que apenas querem regredir. Temos de mobilizar todos, cada voto conta para o progresso, mas a abstenção favorece uma Espanha de há 40 anos que não queremos que regresse”.