Seis pessoas morreram e várias pessoas ficaram feridas na sequência de um novo ataque no distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, disseram à Lusa fontes locais.

O ataque ocorreu por volta das 13:00 (11:00 de Lisboa) de sábado, quando uma viatura de transporte de passageiros que seguia numa estrada de terra batida que liga o distrito de Macomia à sede do posto administrativo de Mucojo foi intercetada por um grupo desconhecido, explicaram as fontes.

O grupo armado disparou contra a viatura para que o motorista parasse, tendo posteriormente invadido o veículo e matado seis pessoas, entre as quais uma criança.

Várias pessoas foram feridas durante o ataque, entre as quais o motorista e o cobrador, que foram posteriormente levados ao Hospital Provincial de Pemba para assistência.

Este ataque aconteceu a mais de 100 quilómetros a sul de local onde na quinta-feira a petrolífera norte-americana Anadarko sofreu dois ataques relacionados, que resultaram em um morto e seis feridos.

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Os ataques, os primeiros que tiveram alvo o consórcio liderado pela Anadarko, ocorreram a cerca de 20 quilómetros do estaleiro da petrolífera, segundo um comunicado da empresa a que a Lusa teve acesso

“O primeiro envolveu uma caravana e causou ferimentos não letais em seis trabalhadores, que receberam ou estão ainda a receber tratamento. O segundo ataque, que envolveu uma empresa contratada para construir uma pista de aterragem para o projeto, resultou numa morte”, acrescenta o comunicado da Anadarko,

A empresa em causa é a portuguesa Gabriel Couto.

Os ataques a Anadarko aconteceram dois dias depois de a empresa ter anunciado que conseguiu fechar contratos suficientes de fornecimento de gás para anunciar em breve, formalmente, o investimento na exploração – que deverá começar a produzir gás liquefeito dentro de quatro a cinco anos.

Fonte da empresa tinha dito à Lusa, há um mês, que as obras estavam, já na altura, a decorrer com “segurança reforçada”, depois de um ataque ocorrido contra Maganja, um povoado saqueado a poucos quilómetros da zona de construção, em que morreu um residente e várias casas foram incendiadas.

Desde outubro de 2017, já terão morrido entre 100 a 150 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança e, pela primeira vez, um trabalhador na construção do empreendimento.

A onda de violência eclodiu após um ataque armado a postos de polícia da vila de Mocímboa da Praia por um grupo com origem numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes desde há dois anos.