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Uma equipa que faz a diferença ao remar em águas tranquilas (a crónica do Benfica-Desp. Chaves)

Este artigo tem mais de 5 anos

Entre Estados da Nação, centrais em discotecas e derrotas caseiras nos rivais, o Benfica teve uma semana tranquila. E isso levou ao futebol de paciência que foi fulcral para vencer o Desp. Chaves.

Seferovic e João Félix voltaram a marcar
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Seferovic e João Félix voltaram a marcar

EPA

Seferovic e João Félix voltaram a marcar

EPA

A semana do Benfica foi tranquila. Aliás, entre Estados da Nação, o ressurgimento de Bruno de Carvalho e a eliminação da Liga Europa do lado do Sporting, Éder Militão a ser apanhado numa discoteca a altas horas da madrugada do lado do FC Porto e com o Sp. Braga a perder pela primeira vez em casa para o Campeonato, Bruno Lage renovou contrato, o Benfica seguiu para os oitavos de final da Liga Europa (onde já sabe que vai encontrar o Dínamo Zagreb) e preparou-se para a receção ao Desp. Chaves — já a pensar na deslocação ao Dragão no próximo sábado e na possibilidade de, em caso de vitória esta segunda-feira e vitória frente ao FC Porto, saltar para a liderança da Primeira Liga.

E a preparação era bem necessária, já que, parecendo que não, Bruno Lage estava desprovido de vários titulares. A Salvio, Jardel e Fejsa, todos lesionados, juntavam-se Ferro, que foi expulso no jogo contra o Desp. Aves, e ainda André Almeida, que viu o quinto cartão amarelo também contra os avenses. O treinador encarnado lançava então o francês Corchia, que se estreou com a camisola do Benfica no Campeonato, na direita da defesa, e Samaris ao lado de Rúben Dias: Conti, a opção óbvia para render Ferro no centro da defesa, nem sequer integrou o lote de convocados e abriu espaço à titularidade de Florentino Luís no lugar que seria do médio grego do meio-campo. Depois das duas titularidades na eliminatória europeia disputada com o Galatasaray, Florentino estreava-se no onze inicial de Bruno Lage para o Campeonato (depois de já ter cumprido cerca de meia-hora na goleada por 10-0 ao Nacional).

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Ficha de jogo

Benfica-Desp. Chaves, 4-0

23.ª jornada da Primeira Liga NOS

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Benfica: Vlachodimos, Corchia, Rúben Dias, Samaris, Grimaldo, Pizzi (Jota, 81′), Florentino, Gabriel, Rafa (Jonas, 72′), Seferovic (Zivkovic, 83′), João Félix

Suplentes não utilizados: Zlobin, Yuri, Gedson, Cervi

Treinador: Bruno Lage

Desp. Chaves: António Filipe, Paulinho, Maras, Campi, Luís Martins, Gallo (Filipe Melo, 58′), Jefferson, Macedo, Costinha (Bressan, 55′), Luther, Platiny (André Luís, 79′)

Suplentes não utilizados: Kuspiosz, Ghazaryan, Djavan, Colasan

Treinador: Tiago Fernandes

Golos: Rafa (19′), João Félix (37′), Seferovic (43′), Jonas (90′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Maras (59′), Rafa (65′), Filipe Melo (75′), Jonas (75′), Gabriel (87′), Campi (90+3′)

Do lado do Desp. Chaves, Tiago Fernandes não tinha William, lesionado, e ainda João Teixeira, indisponível por pertencer aos quadros do Benfica. Luther Singh, sul-africano emprestado pelo Sp. Braga que brilhou ao serviço da equipa B dos bracarenses, esteve em dúvida, mas acabou por recuperar a tempo da deslocação à Luz e integrou o onze do treinador que esta temporada já foi interino no comando técnico do Sporting. Bastaram 20 segundos depois do apito inicial de Manuel Mota para perceber como funcionaria o setor mais recuado dos encarnados: Rúben Dias avançou três a quatro metros para distribuir jogo e Florentino recuou de imediato para cobrir o espaço vazio ao lado de Samaris. O jovem médio era o elemento mais recuado do meio-campo de Lage e funcionava como peão constante para fazer dobras aos dois centrais, muitas vezes solicitados como”paciente zero” dos lances de transição defesa-ataque.

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Rafa, mais tombado na esquerda, e Pizzi, descaído na direita, ocupavam-se quase a tempo inteiro de terrenos mais interiores, com vista a servir Seferovic e João Félix, mas também a tentar descobrir zonas de desmarcação entre o lateral e o central do Desp. Chaves, e deixavam os corredores sob a responsabilidade dos laterais, Grimaldo de um lado e Corchia do outro. A equipa de Tiago Fernandes, completamente remetida ao seu meio-campo defensivo até sofrer o primeiro golo, cedo deixou claro que o objetivo seria seguir uma linha algo italiana, com as linhas muito baixas e sem grande espaço entre os blocos, mas contra-ataques rápidos e assertivos com vista à eficácia máxima. Talvez por isso a primeira ocasião de golo tenha até sido do Desp. Chaves, numa altura em que o jogo estava ainda muito amarrado ao meio-campo e o Benfica ainda não tinha conseguido ultrapassar com perigo a primeira linha de pressão flaviense. Singh ganhou uma bola, correu 50 metros em drible, abriu largura na esquerda e Platiny surgiu na pequena área a cabecear para uma boa defesa de Vlachodimos.

A resposta imediata do Benfica, porém, foi o início daquilo que decidiria o jogo. Com o Desp. Chaves descompensado e finalmente aberto, Grimaldo cruzou a partir da esquerda e Rafa cabeceou para o primeiro aviso dos encarnados e uma boa defesa de António Filipe. O primeiro alerta de Rafa tinha razão de ser: aos 19 minutos de jogo, já depois de Rúben Macedo ter voltado a causar calafrios na área encarnada, o médio internacional português aproveitou um desentendimento dos centrais do Desp. Chaves, após passe de João Félix, para rematar sem grande oposição para o primeiro golo do Benfica.

O jogo paciente do Benfica, rendilhado e à espera de encontrar os espaços de desmarcação necessários para causar desequilíbrios, desmontou a estratégia que Tiago Fernandes tinha delineado para a Luz e o primeiro golo fez cair em blocos a organização defensiva que os flavienses tinham mostrado até aí. Rafa, o melhor jogador dos encarnados na primeira parte, já igualou a melhor época da carreira e podia ter bisado minutos depois, quando surgiu entre os centrais a responder a um cruzamento de Grimaldo, mas rematou por cima, e ainda esteve perto de assistir João Félix para o segundo. O jovem avançado do Benfica não marcou aí, mas avisou António Filipe e converteu apenas minutos depois.

Passe de Seferovic, João Félix isolado, pé direito na bola e defesa do guardião do Desp. Chaves. Na recarga, pé esquerdo de Félix e segundo do Benfica. O avolumar da vantagem causou ainda mais desordem na organização defensiva e na recuperação ataque-defesa dos flavienses, que a partir daqui foram à procura do golo, e o terceiro por intermédio de Seferovic (depois de um grande passe de Gabriel) — que até estava a passar algo ao lado do jogo –, foi apenas a concretização daquilo que se estava a adivinhar. Na ida para o intervalo, e já depois de João Félix ter estado muito perto do quarto golo, o Benfica dominava por completo o Desp. Chaves e não dava sinais de querer desacelerar: e era preciso recordar que, há duas semanas, os encarnados foram para o intervalo a vencer por 3-0 e terminaram a partida a golear o Nacional por 10-0. Pelo meio, sem ninguém dar por ele, Florentino voltava a registar números impressionantes de eficácia de passe e recuperações de bola.

Mas, ao contrário do que aconteceu nesse jogo contra a equipa madeirense, o Benfica visita o FC Porto no próximo sábado e tem encontro marcado com o Dínamo Zagreb na Croácia já no próximo dia 7 de março. Ou seja, é preciso poupar esforços e gerir jogadores, numa altura em que o clube entra numa fase crucial da temporada e onde ainda luta em três competições distintas (Campeonato, Taça de Portugal e Liga Europa). Depois de duas grandes oportunidades nos primeiros dez minutos do segundo tempo — primeiro por João Félix, depois por Pizzi –, o Benfica perdeu algum gás e decidiu, de forma consciente, controlar o jogo com bola e com discernimento, sem entrar em desequilíbrios e atrevimentos que pudessem trazer golos sofridos ou um desgaste acrescido e desnecessário.

[Carregue nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-Desp. Chaves:]

O Desp. Chaves de Tiago Fernandes pouco mais procurou do jogo do que o resultado que já tinha e só começou a estender-se no relvado a partir do minuto 70, com o Benfica mais partido e com Luther Singh, claramente o melhor elemento dos flavienses, a comandar a toada ofensiva da equipa. Os encarnados, sempre com mais critério e acerto, ficavam em superioridade numérica sempre que imprimiam alguma velocidade no encontro, mas deixaram perceber que o objetivo era esperar pelo apito final sem grandes correrias ou arrancadas — Jonas, que entrou para render Rafa, ainda foi a tempo de ganhar um ressalto e marcar o quarto golo. Corchia deixou boas impressões, Florentino voltou a ser hiper competente sem ninguém dar por ele, Samaris foi central e não comprometeu, Gabriel tem cada vez mais confiança e ainda houve tempo para estrear Jota, outro miúdo da equipa B: o balanço final, mesmo sem goleada das antigas, é mais do que positivo.

O Benfica venceu novamente e vai ao Dragão no próximo sábado com a possibilidade de saltar para a liderança da Primeira Liga em caso de vitória: somou ainda o terceiro jogo consecutivo sem sofrer golos para o Campeonato e aumentou a distância em relação ao Sp. Braga para sete pontos e dez pontos em relação ao Sporting. Bruno Lage continua 100% vitorioso no Campeonato e continua a estrear miúdos, desta vez com a bola da sorte a calhar a Jota, João Filipe no cartão de cidadão. Entre Estados da Nação, centrais em discotecas e derrotas caseiras, o Benfica volta a cumprir uma semana tranquila e é nesta altura a equipa mais coerente e consistente dos top four portugueses.

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