São 30 tecnologias, 50 oradores e seis workshops que vão decorrer entre 26 de fevereiro e 1 de março, na Alfândega do Porto, com o apoio da Farfetch, a primeira empresa unicórnio (avaliada em mais de mil milhões de dólares) com ADN português.

O NDC Porto é um dos maiores eventos internacionais de desenvolvimento de software e Cipriano Sousa, responsável pela tecnologia da Farfetch a nível global não hesita: “Sabendo que vão estar neste evento os melhores programadores de software do mundo, para nós é interessante. Temos uma empresa global, estamos a construir uma plataforma global e queremos ter o melhor talento”, afirmou ao Observador.

Com o carimbo da plataforma de moda de luxo que José Neves lançou em 2008, o NDC é considerado o festival dos programadores e chega ao Porto depois de já ter passado por Oslo, na Noruega (onde nasceu, em 2008), por Londres (Reino Unido), Sydney (Austrália), Copenhaga (Dinamarca), Kongsberg (Noruega), Minnesota (Estados Unidos).

“Reúne um conjunto de programadores de software, dos melhores que há na Europa, e é um evento onde são discutidos temas que vão do machine learning à inteligência artificial, que são temas que interessam à Farfetch. Utilizamos muitas destas tecnologias e é sempre bom ter isto no Porto. Temos mais de 800 programadores em Portugal e como os números estão sempre a crescer, estamos a contratar todo os dias”, afirmou.

Dependendo da participação em workshops e com ou sem pacote de hotel, os bilhetes para a NDC Porto custam entre 600 e 1.300 euros. Para a Farfetch, a ligação ao evento é mais do que uma manobra de marketing. “Temos um negócio muito particular, não conseguimos comprar um software que se encaixe no nosso modelo de negócio, temos de construir os nossos próprios sistemas, a nossa plataforma. Toda a tecnologia é construída dentro de portas pelos nosso engenheiros e, estando numa escala global a competir com outras grandes empresas, o talento é fundamental. O nosso principal desafio é atrair e reter talento”, acrescentou ao Observador.

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Por ser uma mostra de talento que pode interessar à Farfetch e a todo o ecossistema tecnológico do Porto, Cipriano Sousa diz que a escolha da Invicta como cidade que recebe o evento pode trazer vantagens no futuro. “Se conseguirmos atrair talento é bom para a cidade, porque são pessoas altamente qualificadas, que vão gerar alguma atividade não do ponto de vista do conhecimento mas da própria cidade. Cria uma dinâmica muito particular na cidade e a Farfetch também tem contribuído para criar este ecossistema de tecnologia, que tem atraído muito talento”, afirmou.

Para a Farfetch, “interessava” ser o principal patrocinador do evento, porque a empresa — que desde setembro do ano passado é cotada em Wall Street — não está a pensar sair de Portugal e é nos escritórios do Porto, Lisboa e Braga que quer continuar a desenvolver a desenvolver toda a tecnologia. Sem avançar com os valores do investimento associados à iniciativa, justifica: “É um investimento que vai ter retorno sem qualquer dúvida”.

Serão dois dias de workshops e dois dias de conferências com oradores como Carl Franklin e Richard Campbell (apresentadores do “.NET Rocks!”, o primeiro e mais ouvido podcast para programadores .NET), Michele Bustamante (diretora regional da Microsoft), entre outros.

Em comunicado, Jakob Bradford, diretor geral da NDC, já tinha comentado: “Já antes nos tinha sido recomendado o Porto pelo seu ecossistema tecnológico vibrante, e por ser hoje um dos destinos mais procurados na Europa. Mas o apoio da Farfetch, o nosso principal sponsor, foi decisivo para avançarmos com um evento de quatro dias em Portugal, já em 2019. Estamos certos de que todos os participantes que viajam de fora se vão apaixonar pela cidade, e pela hospitalidade que vão encontrar nos seus habitantes. O mesmo aconteceu connosco, e não poderíamos estar mais ansiosos por regressar”.