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Manafá caiu, levantou-se e ainda fez a diferença – assim se vê uma equipa (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Este artigo tem mais de 5 anos

Manafá caiu, agarrou-se à coxa, esticou a perna, voltou e teve um corte em esforço que começou o 3-0. O exemplo de um jogador mostra o que faz uma equipa. Foi assim que o FC Porto venceu o Sp. Braga.

Soares entrou e voltou a marcar a uma das vítimas preferidas desde que chegou a Portugal: sete jogos, cinco golos
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Soares entrou e voltou a marcar a uma das vítimas preferidas desde que chegou a Portugal: sete jogos, cinco golos

Fábio Poço

Soares entrou e voltou a marcar a uma das vítimas preferidas desde que chegou a Portugal: sete jogos, cinco golos

Fábio Poço

Soares acertou na trave ainda na primeira parte, Otávio atirou de fora da área a rasar o poste, Pepe marcou mas estava de forma muito ligeira adiantado em relação ao último defesa adversário. O FC Porto ficou a centímetros da vitória em Guimarães para o Campeonato e iniciou aí a pior série da temporada, seguindo-se novo empate em Moreira de Cónegos e a derrota em Roma para a Liga dos Campeões. Ainda assim, o problema estava no outro facto que saiu da Cidade Berço. Neste caso, por milímetros – com a mão na coxa, a sair de maca em lágrimas, Marega iria ficar ausente da equipa. Até esse momento, os dragões tinham conseguido sempre ganhar sem o maliano; no entanto, a realidade agora foi diferente. Em Tondela, entrou de novo na linha de sucesso.

FC Porto vence Sp. Braga por 3-0 e dá passo decisivo rumo à final da Taça de Portugal

Muito se falou da recuperação milagre do internacional na Ásia, com o fisioterapeuta Eduardo Santos, que já antes trabalhara com nomes grandes como Falcao, David Luiz, Quaresma ou Hulk. Mas também, e para não variar, lá apareceram as dúvidas do costume que em nada contribuem para o futebol português no seu todo, depois de outras conversas mais ou menos cruzadas entre comentadores televisivos e fontes oficiais tendo o doping e a necessidade haver controlos em todos os jogos para os candidatos ao título como pano de fundo. Sérgio Conceição, na antecâmara deste jogo, ia preparado para a questão, que antes tinha sido feita a Bruno Lage. “O nosso doping são os 40 mil adeptos no estádio. Isso é que nos dá mais uma percentagem, é um motor para ganhar primeiras e segundas bolas”, disse. Mas há mais do que isso – e Marega esta noite nem saiu do banco.

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O FC Porto entra agora num ciclo com três jogos decisivos no Dragão para outras tantas competições. Começou com o Sp. Braga para a Taça de Portugal, vai seguir com o Benfica para o Campeonato, termina com a Roma para a Liga dos Campeões. Por isso, a recente deslocação dos dragões a Tondela tinha essa importância de chegar na mó de cima – e estando privado de quase metade de potenciais titulares. A resposta, com alguns elementos menos utilizados, foi muito positiva. Tão positiva que mereceu um voto de confiança de Sérgio Conceição (trocou apenas Casillas por Fabiano), que deixou no banco um plantel de luxo onde entravam nomes como Éder Militão, Danilo, Brahimi, Marega e Soares, além de Maxi Pereira. Fator casa e apoio do público à parte, a forma como o técnico mantém todo o plantel motivado e disponível também é quase como um doping. E a atitude de Manafá, que voltou a sentir problemas físicos mas ficou e ainda começou o lance do último golo, mostra isso mesmo.

Ficha de jogo

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FC Porto-Sp. Braga, 3-0

1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

FC Porto: Fabiano; Wilson Manafá, Felipe, Pepe, Alex Telles; Herrera, Óliver Torres; Corona, Otávio (Danilo, 79′); Adrián López (Brahimi, 82′) e Fernando Andrade (Soares, 46′)

Suplentes não utilizados: Iker Casillas, Éder Militão, Maxi Pereira e Marega

Treinador: Sérgio Conceição

Sp. Braga: Marafona; Ricardo Esgaio, Bruno Viana, Raul Silva, Sequeira; Claudemir, João Palhinha (Ryller, 68′), Fransérgio; Wilson Eduardo, Ricardo Horta (Murilo, 68′) e Dyego Sousa (Paulinho, 73′)

Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Ailton, Xadas e João Novais

Treinador: Abel Ferreira

Golos: Alex Telles (37′, g.p.), Soares (63′) e Brahimi (90+4′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Marafona (32′)

Do outro lado, Abel Ferreira quis mexer na equipa por opção no encontro em casa com o Belenenses e a experiência correu mal. Muito mal. Mal ao ponto de ter sofrido a primeira derrota na Pedreira para o Campeonato esta temporada. Dois anos depois, o Sp. Braga estava dois jogos seguidos sem marcar; pior do que isso, não deixou de sofrer. António Salvador, o líder dos minhotos, deu um toque à equipa para a necessidade de haver uma reação mas a nova ideia de jogo pensada para o Dragão após os desaires pesados com Benfica (6-2) e Sporting (3-0) voltou a baquear perante um adversário que mostrou de novo um grande espírito coletivo e arrumou praticamente a eliminatória (3-0) quando queria sobretudo defender dois golos de vantagem. Dyego Sousa, com uma oportunidade soberana no início da segunda parte, teve nos pés a grande hipótese de virar o encontro mas os arsenalistas voltaram a perder-se em erros próprios e prolongaram aquele que é o pior momento da temporada.

Apesar disso, o Sp. Braga começou o encontro com uma aproximação perigosa (e com cruzamento na área portista), naquele que foi o mote para dez minutos iniciais onde o FC Porto nunca encontrou a sua zona de conforto em campo para jogar em posse. Nesta fase, dois nomes assumiam destaque: Wilson Eduardo, pela disponibilidade para fazer piscinas para cima (em transições) e para baixo (a acompanhar Alex Telles pelo corredor), tendo ainda o primeiro remate de perigo que desviou no lateral brasileiro dos azuis e brancos antes de ir para canto; e Felipe, pelas várias ações defensivas que foi somando muitas vezes jogando em antecipação. A partir desse momento, os visitados foram começando a ter outro discernimento com bola, vivendo em demasia das subidas de Telles pela esquerda face às dificuldades que Wilson Manafá e Corona mostravam pelo flanco contrário.

Dentro dessa melhoria, as ações com perigo iam surgindo de forma sucessiva na sequência de bolas paradas, com o aniversariante Pepe – a brincar, a brincar já lá vão 36 aninhos… – a ter a primeira oportunidade de visar a baliza de Marafona aos 18′ (Adrián López ainda tentou o desvio para a baliza mas estavam em posição irregular) antes do lance mais perigoso na primeira metade, de canto, a cabecear na zona de ninguém que se criava ao segundo poste para defesa do guardião minhoto (26′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Sp. Braga em vídeo]

Dentro do encontro com maior posse de bola para o FC Porto mas sempre equilibrado pelo Sp. Braga, o golo surgiu da forma mais recorrente de desbloquear um nulo: a aproveitar um erro do adversário. E foi isso que aconteceu aos 32′, quando Marafona calculou mal a saída a uma bola que andava pelo ar após corte defeituoso na área e acertou com um murro na cabeça de Herrera. Quase cinco minutos depois, em virtude dos problemas nas comunicações com o VAR, Alex Telles lá pousou a bola na marca e bateu o castigo máximo ao meio da baliza, sem hipóteses para o herói da final da Taça de Portugal entre ambos em 2016. Até ao intervalo, e aproveitando as dificuldades que os dragões iam sentindo no plano defensivo pelos corredores laterais, Dyego Sousa ainda se queixou de uma falta de Pepe na área (antes, também Bruno Viana e Fernando Andrade pediram penálti) mas a relativa facilidade com que saíam cruzamentos venenosos nunca encontrou uma definição que superasse os centrais portistas.

Ao intervalo, os dois técnicos mexeram. Sérgio Conceição trocou Soares por Fernando Andrade (que já manifestara queixas e tinha sido assistido no decorrer do primeiro tempo) para ganhar mais peso no ataque, mas passou também Otávio para falso ala esquerdo mais assumido, procurando os movimentos interiores como Corona no flanco oposto. Já Abel Ferreira, percebendo que o duplo pivô a meio-campo estava a deixar Fransérgio demasiado isolado (não acertou um passe nos primeiros 40 minutos…), apostou ainda mais na exploração das costas dos laterais portistas, com maior sucesso no arranque da segunda parte.

Adrián López, com um remate que saiu fraco e à figura de Marafona, ainda teve o primeiro sinal (47′) mas seriam os minhotos a passar para cima aproveitando as saídas rápidas que encontraram espaço para cruzamento. E foi numa dessas situações que os visitantes desenharam o lance que podia ter mudado por completo a partida: Wilson Eduardo recebeu bem nas costas de Alex Telles, cruzou bem para o coração da área, Dyego Sousa aproveitou uma escorregadela quase fatal de Felipe para dominar e ficar de frente para o golo, que só não apareceu porque Fabiano fez uma defesa monstruosa a segurar a vantagem (53′). Pouco depois, o mesmo “veneno” que ia matando quase serviu para matar: Óliver Torres voltou a acertar mais um passe longo – e foram mais de dez até ao final –, Corona encontrou espaço com duas fintas de pés mas Marafona evitou o segundo golo (60′).

Não foi aí, foi pouco depois: em mais uma jogada que começa na visão de jogo de Óliver Torres, Corona conseguiu resgatar viva uma bola que quase ficou morta após a receção complicada, Manafá deixou em Otávio, o cruzamento do brasileiro da direita ainda sofreu um ligeiro desvio de Claudemir e foi parar ao segundo poste onde Soares, com grande classe, parou na coxa e atirou com um ligeiro toque, deixando Marafona a tentar desviar com os olhos (63′). Só aí, após sofrer o segundo golo, Abel Ferreira mexeu e em dose dupla; no entanto, o comboio para manter esta eliminatória já tinha passado uns minutos antes.

Dentro da gestão que o FC Porto foi fazendo da vantagem, que ao mesmo tempo que conferiu outro descanso à equipa também colocou sempre em sentido os minhotos com receio de situações de inferioridade numérica em transições, ainda houve a troca de Corona para lateral com Manafá, em virtude dos problemas físicos do antigo jogador do Portimonense. E foi aí que se viu o que faz a diferença nos dragões – e que decidiu praticamente a eliminatória. Percebendo essa dificuldade, Herrera foi pressionar alto logo no lance seguinte uma saída de bola do Sp. Braga por esse flanco. Quando não foi o mexicano a fazer isso, apareceu Óliver Torres. Assim nasceu o terceiro (grande) golo, no último minuto dos descontos: o médio espanhol aproveitou uma interceção de Manafá nessa zona, acelerou com bola para ganhar espaço para o cruzamento, colocou no flanco contrário em Brahimi e o argelino, com a mestria do costume, puxou para dentro e atirou ao ângulo para o 3-0 final (90+4′).

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