A presidente do conselho diretivo da ADSE, Sofia Portela, disse esta quarta-feira no parlamento que “dentro de muito pouco tempo” irá apresentar aos prestadores de saúde privados a nova tabela do regime convencionado com preços fechados e que irá avançar com um sistema de combate à fraude.

A nossa expectativa é que dentro de muito pouco tempo estejamos em condições de poder apresentar uma tabela com preços fechados para dialogar com os prestadores e que esta tabela seja uma tabela justa e equitativa”, disse Sofia Portela na audição parlamentar de Saúde, onde esteve a ser ouvida a pedido do CDS-PP, BE e PSD.

A responsável garantiu que o conselho diretivo do instituto público que gere o sistema de saúde da função pública tem estado a fazer “um trabalho muito sério e muito rigoroso a preparar as novas tabelas” cujo objetivo é que os preços abertos deixem de existir.

Para o futuro, o caminho “deve ser diferente”, disse Sofia Portela, defendendo que, “com preços fechados, a regra das regularizações deixa de fazer qualquer sentido” e que o rigor e a transparência “ficam assegurados”.

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Nas últimas semanas alguns grupos privados de saúde ameaçaram suspender as convenções com a ADSE, depois de o instituto público presidido por Sofia Portela ter exigido o pagamento de 38 milhões de euros em regularizações, por excesso de faturação.

ADSE vai avançar com novo sistema de combate à fraude

Sofia Portela, disse também esta quarta-feira que vai avançar com um novo sistema de combate à fraude que permitirá monitorizar e evitar “comportamentos desviantes”.

Sofia Portela defendeu que há “um caminho” a fazer de “controlo, modernização” que permita fazer atempadamente um conjunto de análises com vista à monitorização “e evitar comportamentos desviantes ou pelo menos atuar se eles vierem a acontecer”.

Nesse sentido, a ADSE adjudicou há poucos dias um processo de ‘business intelligence’ e tem por objetivo este ano avançar para um sistema que acompanhe aquilo que são as práticas dos dias de hoje em termos internacionais de fraude em saúde”, disse a dirigente da ADSE.

Segundo afirmou, trata-se de fraude “no sentido mais lato”, ou seja, “abuso, desperdício, no fundo, é avaliação de comportamentos desviantes”.

Sofia Portela sublinhou que já em 2018 a ADSE avançou com vários instrumentos com vista à eficiência e controlo, como foi o caso da faturação eletrónica ou o facto de passar a ser exigido o número da cédula do médico.

Além disso, foi implementado um processo de autorizações prévias para vários atos, processo que deverá ser alargado.  “É um caminho que temos feito também em diálogo com os prestadores”, sublinhou a presidente da ADSE.