Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, poderá vir a ser acusado dos crimes de fraude, suborno e quebra de confiança na sequência de uma recomendação feita pelo procurador-geral israelita, Avichai Mandelblit, esta quinta-feira.

Os alegados crimes estão relacionados com vários casos. Num deles, o “Caso 1000”, o primeiro-ministro israelita e a mulher, Sara Netanyahu, são suspeitos de terem aceitado presentes, como charutos e joias avaliados 280 mil dólares (246 mil euros), de importantes empresários e figuras de Hollywood em troca de favores políticos. O produtor nascido em Israel Arnon Milchan, responsável pelos filmes “Fight Club” e “Pretty Woman”, e o empresário australiano James Parker são algumas das personalidades que terão beneficiado Netanyahu, de acordo com o The Washington Post.

No que diz respeito a Milchan, o primeiro-ministro é suspeito de ter alargado a isenção fiscal para residentes que regressassem a Israel para dez anos para beneficiar o produtor de Hollywood. O governante terá também pressionado vários oficiais norte-americanos para ajudar Milchan a conseguir um visa para entrar nos Estados Unidos da América.

Benjamin Netanyahu investigado por fraude e suborno

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Benjamin Netanyahu é também suspeito de ter mantido conversações secretas com o proprietário do jornal Yediot Ahronot e do site de notícias Ynet, Arnon Mozes, para obter uma cobertura positiva, num caso conhecido como “2000”. Terá ainda avançado com a criação de legislação para enfraquecer os concorrentes diretos de Mozes.

Além destes, o primeiro-ministro está envolvido num terceiro caso, o “4000”. O governante terá facilitado regulamentações para que Shaul Elovitch para que ele e mulher fossem retratados de forma positiva pelo popular site de notícias Walla!. Além de ser dono do Walla!, Elovitch é também o acionista maioritário da Bezeq, a maior empresa de telecomunicações de Israel.

As suspeitas foram conhecidas em 2017, quando um documento policial foi divulgado pela imprensa. Netanyahu tem negado as acusações, que classificou no passado como uma “caça às bruxas” contra si e a sua família.

O primeiro-ministro terá oportunidade de se defender, numa audição, antes que seja emitida a acusação. Se os ser argumentos não convencerem o tribunal, esta será a primeira vez que um primeiro-ministro de Israel terá de enfrentar um julgamento por este tipo de crimes, refere a BBC. A recomendação feita pelo procurador-geral indica que as autoridades acreditam existirem elementos suficientes para levar o caso a tribunal.