Jair Bolsonaro afirmou esta quinta-feira que o Brasil não poupará “esforços dentro da legalidade” e das suas “tradições para restabelecer a democracia na Venezuela”, permitindo a realização de “eleições limpas e confiáveis”. “Seu país pode contar connosco para a recuperação económica”, declarou o presidente brasileiro, dirigindo-se a Juan Guaidó, a quem chamou de “irmão”.

Bolsonaro esteve reunido em Brasília com o autoproclamado presidente interino venezuelano. Na reunião esteve também presente o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. À saída do encontro, o líder do governo brasileiro culpou os seus antecessores, que considerou apoiantes de Hugo Chávez, pela crise que se vive na Venezuela.

“Dois ex-presidentes do Brasil tiveram culpa no que esta acontecendo na Venezuela. Graças a Deus, o povo aqui acordou e se mirou no que acontecia no seu país e resolveram dar um ponto final no populismo e na demagogia”, declarou Bolsonaro, citado pelo jornal Estado de S. Paulo.

Afirmando que procura a mesma “igualdade na prosperidade” que Guiadó, o presidente brasileiro afirmou que, “a partir de agora”, ele e o presidente interino estão “juntos”. “Conte connosco. Deus é brasileiro e venezuelano”, disse, acrescentando: “Já te chamo de irmão de agora em diante, se assim me permite”.

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Juan Guiadó: “Há 300 mil venezuelanos em risco de morte”

Guiadó, que respondeu às perguntas dos jornalistas após o encontro com Bolsonaro, revelou que “há 300 mil venezuelanos em risco de morte” porque não tiveram acesso à ajuda humanitária internacional que entretanto chegou ao país.

Relativamente a Nicolás Maduro, o autoproclamado presidente interino afirmou que este continua intransigente e que não está disposto negociar uma alternativa. “Estamos tentando negociar há cinco anos. A eleição livre é uma exigência do povo venezuelano. Não pode haver presos políticos. Temos quatro milhões de venezuelanos fora do país que não podem votar.  Não há auditoria do processo. Não pode ser um falso diálogo”, afirmou Guaidó, citado pelo mesmo jornal brasileiro.

Juan Guiadó vai continuar à procura de apoio contra Maduro. “Estamos buscando apoio para a transição, que gere condições para a democracia e eleições livres. Vamos precisar de alimentos, remédios e fornecimento, transporte, os  serviços básicos está em decadência”, disse ainda.