No Vietname, onde a pobreza leva a extremos, uma motorizada pode ser considerada um veículo familiar, com lugar para o casal e filhos. Na confusão do trânsito, não muito regulado, impera muitas vezes a lei do mais forte, com camiões a usufruírem de um ascendente sobre os automóveis e estes sobre os motociclos, relegando as bicicletas e os peões para o fundo da hierarquia.

Numa estrada com tráfego intenso, um automóvel que ultrapassava dois motociclos, na ânsia de regressar à sua faixa de rodagem ao deparar-se com um camião que se aproximava de frente, toca numa das motorizadas, derrubando-a. Uma vez a deslizar no asfalto, a mãe, com o filho ao colo, vai de encontro ao tal camião, um tractor com semi-reboque a transportar um contentor de 40 pés. A milímetros de serem ambos esmagados sob o rodado do veículo pesado e depois de várias rodopias que certamente os desorientaram, eis que a mulher realiza uma proeza inimaginável, tanto em agilidade como em presença de espírito.

Quando já nada podia salvá-los daquele rodado triplo posterior, que num camião de 36 toneladas exerce uma pressão brutal, a mãe começa por puxar para si a criança, para depois rodarem sobre si próprios, evitando a morte certa. Uma manobra notável, que seria complicada de replicar por um jogador de râguebi profissional ou qualquer outro tipo de atleta, mas que esta mãe realizou na perfeição.

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