O coronel que liderava o Regimento de Comandos quando os instruendos Hugo Abreu e Dylan da Silva morreram, em setembro de 2016, foi constituído arguido por falsificação de provas, avança o jornal Público. Este é um dos três crimes pelos quais o coronel Filipe Carvalho Dores Moreira estava a ser investigado, sendo os outros dois insubordinação por desobediência e abuso de autoridade por prisão ilegal. O mesmo jornal escreve que não é certo se o coronel também é arguido por estes dois crimes.

Filipe Carvalho Dores Moreira é um oficial de alta patente sob suspeita de crimes militares, pelo que está a ser investigado pelo Ministério Público no Tribunal da Relação de Lisboa. Cândida Vilar, procuradora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), mandou instaurar uma investigação autónoma ao ex-comandante do Regime de Comandos.

No que diz respeito ao crime de falsificação de provas, em causa está a autenticidade do Guião da Prova Zero, usado no curso que acabou com a morte dos dois instruendos: há uma diferença de dois cantis de água extra entre o guião distribuído aos instrutores em setembro de 2016 e aquele entregue como prova às autoridades.

O caso remonta a setembro de 2016, quando Dylan da Silva e Hugo Abreu, ambos com 20 anos, morreram na sequência de uma prova do 127º. curso de Comandos, que decorreu na região de Alcochete, no distrito de Setúbal. Outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados.

Em junho de 2017, o Ministério Público acusou 19 militares neste processo, considerando que os arguidos aturam como “manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos feridos”. O julgamento começou no passado dia 27 de outubro no Tribunal Central Criminal, em Lisboa.

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