Espetáculos, oficinas de gravura e um documentário fazem parte da programação de celebrações dos dez anos da Casa das Histórias Paula Rego, que decorre ao longo deste ano naquele museu, em Cascais.

De acordo com a coordenadora da Casa das Histórias, Catarina Alfaro, o programa que o Serviço Educativo do Bairro dos Museus tem em curso para assinalar a data começa já a 07 de março com a 2.ª Edição da Oficina de Gravura, prolongando-se até 26 de maio.

Ainda em maio, no dia 18, está prevista uma performance e arte digital, com os Vórtice Dance Company, seguindo-se a 3.ª Edição da Oficina de Gravura, entre julho e novembro deste ano. Será também exibido, no âmbito dos festejos, o documentário de Jorge Silva Melo “A gravura: esta mútua aprendizagem”, com sessões em junho e em novembro, no auditório do museu.

Em 21 e 22 de setembro, decorrerá o “Fim de semana Fora de Série”, com a rubrica “Conta-me Histórias” e “Conversa com Prompts”, da 3.ª Edição da Oficina de Gravura. “A Almofada da Paula”, com Telma Pereira e Sylvain Peker, é um dos espetáculos também previstos para a celebração do aniversário.

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Quanto às exposições para a Casa das Histórias, entre julho e novembro deste ano será apresentada a mostra “Paula Rego: Obra Gráfica”, com curadoria de Catarina Alfaro.

Apesar de Paula Rego ter realizado gravuras enquanto jovem estudante da Slade School of Fine Art, de 1952 a 1956, só a partir do final dos anos 1980 inicia consistentemente esta prática que inclui, além da ponta-seca, água-forte e água-tinta, litografia e serigrafia. Esta exposição “pretende apresentar o ‘corpus’ da obra gráfica da artista, e incluí os seus trabalhos de gravura mais recentes e menos conhecidos pelo público”, segundo a curadora.

No ano passado, Paula Rego apresentou a sua primeira grande exposição em Paris, no Museu de l’Orangerie, que recebeu mais de 183 mil pessoas. Em Cascais, a Casa das Histórias Paula Rego recebeu um total de 31.723 visitantes em 2018.

Nascida em Lisboa, em 1935, deixou Portugal ainda adolescente, durante a ditadura de Salazar, para fazer os estudos na Slade School of Art, em Londres, cidade onde se radicou e vive há mais de 50 anos. Única artista mulher do grupo da Escola de Londres, Paula Rego distinguiu-se por uma obra fortemente figurativa e literária, considerada incisiva e singular pela crítica de arte.

Nessa época, Paula Rego conviveu com nomes de destaque da pintura como Francis Bacon, Lucian Freud, Frank Auerbach e David Hockney. Foi na Slade School of Fine Art, onde frequentou o curso de pintura entre 1952 e 1956, que veio a conhecer o marido, o artista britânico Victor Willing (1928-1988).

Paula Rego foi distinguida em 2010 pela rainha Isabel II, com o grau de Oficial da Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição para as artes. Em 2016 foi-lhe atribuída a Medalha Municipal de Honra da cidade de Lisboa, pela câmara municipal.