Uma medalha numa grande prova olímpica, mundial ou europeia nunca deixa de ser algo assinalável. Um marco para todos os atletas, um orgulho para o país que representam. No entanto, e para alguém que percebe na perfeição o valor de uma final e o que é necessário para ganhar, a prata no triplo salto dos Europeus de Pista Coberta acabou por saber a pouco para Nelson Évora, que poderia ter igualado as três vitórias consecutivas do soviético Viktor Saneyev, um dos melhores saltadores de sempre (ganhou três ouros e uma prata na disciplina) a par do britânico e recordista mundial Jonathan Edwards.

Nelson Évora conquista medalha de prata nos Europeus de Pista Coberta

“Não foi o melhor concurso para mim. Tentei ser o mais competitivo possível, tentei sacar um bom salto, embora o melhor tenha sido um que fiz para marcar, que nem tinha a certeza se era nulo ou não. Saio satisfeito na mesma, pois alcancei uma medalha, e seja qual for a cor é sempre uma honra representar da melhor forma as cores de Portugal”, começou por destacar o atleta de 34 anos, que voltou a brilhar numa grande prova internacional a cerca de ano e meio dos Jogos Olímpicos de Tóquio e perdeu apenas para o azeri Nazim Babayev, que bateu duas vezes a melhor marca pessoal ao longo da final (17,29).

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“Ele é um atleta que promete fazer saltos deste género há algum tempo. É um atleta jovem, com fome de medalhas. Após a qualificação falámos um bocadinho e viu-se que estava bem. Surgiu aqui um pouco como eu, quando ganhei o primeiro título, mas naquela altura era mais difícil pois o lote de grandes atletas era grande. Contudo, continuo a ter também essa fome de medalhas”, prosseguiu o português, após um concurso onde estabeleceu também a melhor marca do ano em 17,11, perto dos registos que lhe valeram a medalha de ouro na competição em 2015 (17,21) e em 2017 (17,20).

“Algo que não tem estado a ocorrer mas acredito que vai acontecer e retendo estar muito forte neste verão. Nós, europeus, temos sempre de fazer duas épocas num ano. Temos sempre Mundial e Europeu, ou Europeu e Mundial, que é sempre difícil de planificar, mas admito que Doha será o objetivo mais importante, mostrando saltos grandes”, rematou Nelson Évora, colocando o enfoque competitivo nos Mundiais onde já terá também a concorrência de Pedro Pablo Pichardo.

Nelson Évora ganha a primeira medalha (e logo a de ouro) em Campeonatos da Europa aos 34 anos