Um inquérito interno na Google determinou que, em 2018, em alguns cargos os homens estavam a ganhar menos do que as mulheres e a desempenhar as mesmas tarefas.

No blogue oficial da empresa, a responsável da Google para a igualdade salarial, Lauren Barbato, indicou que encontraram uma categoria profissional “particularmente grande”, a dos engenheiros de software de nível 4, em que os homens estavam a receber menos do que as mulheres.

“A remuneração devia ser determinada consoante aquilo que fazemos e não aquilo que somos”, escreveu Lauren Barbato. “A nossa análise de igualdade salarial assegura que a remuneração seja justa para funcionários que cumprem as mesmas funções, ao mesmo nível, na mesma localização e com a mesma prestação. Mas sabemos que isso é apenas parte da história.”

No total, a Google distribuiu 9,7 milhões de dólares (quase 8,6 milhões de euros) por 10 677 dos seus funcionários para compensar os que receberam menos dinheiro do que os seus colegas em 2018 devido ao seu género ou raça, mas não precisou qual a percentagem dessas 10 677 pessoas que eram homens ou engenheiros de software de nível 4.

A empresa, com sede em Mountain View, Califórnia, Estados Unidos da América, realiza este estudo interno a cada ano e em 2017 compensou 228 dos seus funcionários com 270 mil dólares por considerar que tinham recebido menos do que os seus pares, mas sem especificar o sexo.

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Cerca de metade das diferenças salariais em 2018 foram causadas por variações no salário oferecido aquando dos novos contratos, ou seja, no caso de engenheiros de software, as novas contratadas recebiam propostas mais generosas do que os novos contratados.

Os resultados desta investigação interna surpreenderam analistas e imprensa especializada de Silicon Valley, já que as tecnológicas têm estado debaixo de fogo nos últimos anos justamente por causa da perceção generalizada de que o setor é dominado por uma “cultura” masculina em que as mulheres são sistematicamente discriminadas.

No ano passado, os funcionários do Google saíram à rua numa ação coordenada contra o que consideram ser uma cultura que “protege” o assédio sexual contra as mulheres na empresa.