Um grupo de guardas prisionais na Cabeça-de-Velho, o maior estabelecimento penitenciário agrícola da região centro de Moçambique, vedou esta quarta-feira o acesso à cadeia, em protesto contra a sobrecarga horária.

Os guardas, que fecharam os portões de entrada principal da cadeia, nos arredores da cidade de Chimoio, na província de Manica, centro de Moçambique, protestam contra uma medida nova da direção daquele estabelecimento penitenciário que representa uma sobrecarga horária.

“Fazemos 24 horas de trabalho e em poucas horas somos obrigados a voltar ao trabalho, ao invés das anteriores 48 horas de repouso a que tínhamos acesso”, contou à Lusa um guarda prisional. Um outro guarda disse que a sobrecarga horária estabelecida recentemente pela direção provoca “fadiga nos guardas”, reduzindo a sua capacidade de controlo, “o que podia propiciar fuga de reclusos”.

A tensão, quer no interior da cadeia, quer no exterior, só viria a ser ultrapassada cerca de cinco horas depois, após negociações do diretor daquele estabelecimento prisional, que se encontrava igualmente do lado de fora da instituição durante o período.

O diretor da penitenciária, Mendes Araújo, disse que a medida da extensão da carga horária aos aguardas prisionais deveu-se ao “reforço de vigilância” do estabelecimento, para evitar a fuga de reclusos, após a queda de uma parte do muro de vedação. Uma parte do murro da cadeia terá desabado na sequência de chuvas que se fizeram sentir na cidade de Chimoio em janeiro, tendo sido reconstruído em fevereiro.

Araújo disse ter identificado sete elementos da guarda prisional que criaram a rebelião, prometendo um processo disciplinar para a sua responsabilização.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR