A startup portuguesa Tonic App fez uma parceria com a Medtronic, multinacional líder em tecnologia médica. Durante um ano, a empresa liderada por Daniela Seixas vai procurar apoiar a decisão clínica e facilitar a referenciação de doentes dos cuidados primários para outras especialidades médicas, em seis áreas terapêuticas: Doença de Parkinson, Hipertensão Arterial, Insuficiência Cardíaca, Esófago de Barrett, Fraturas Osteoporóticas e Síncope.

“Esta parceria com a Medtronic vai apoiar sobretudo os médicos de família (mas não só) que já representam 26% do total de utilizadores da aplicação e 43% de todos estes especialistas em Portugal. A Medtronic permite assim à Tonic App dar acesso a recursos aos seus utilizadores médicos que de outro modo não teríamos capacidade para disponibilizar”, explica Daniela Seixas, médica e CEO da Tonic App, em comunicado.

A ideia de lançar a Tonic App — que desenvolveu uma aplicação móvel para conectar e informar médicos — surgiu em 2015. Ao Observador, em 2017, Daniela Seixas contava que tinha sido “uma empreendedora tardia”, porque perto dos 40 anos resolveu trocar uma carreira na medicina e no ensino para um projeto tecnológico próprio. A ideia nasceu com mais três colegas de um MBA que estava a fazer em Madrid.

Esta médica portuguesa trocou os corredores do hospital pela sua própria app

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Atualmente, a Tonic App providencia conteúdos e ferramentas digitais profissionais que são úteis para o trabalho clínico e conta com mais de 9500 médicos registados em Portugal. A app também já está disponível em Espanha, França e Reino Unido. O objetivo desta parceria é o de ajudar mais médicos a diagnosticar, tratar e a referenciar os doentes de modo mais eficiente.

“Esta parceria traduz uma das prioridades da Medtronic: a melhoria dos cuidados de saúde em benefício do doente. Com este projeto de referenciação, que também vai aproximar a Medicina Geral e Familiar das outras especialidades médicas, pretendemos contribuir para uma melhor referenciação, o que consequentemente acelera o diagnóstico correto, o início do tratamento e reduz o tempo de evolução da doença, bem como o impacto da mesma na qualidade de vida dos doentes”, afirma o diretor-geral da Medtronic, Luís Lopes Pereira, em comunicado.

A app portuguesa chega atualmente a mais de 22% dos médicos portugueses. Em 2018, venceu o segundo prémio da competição de apps médicas da MEDICA, a maior feira de saúde do mundo e foi nomeada pela revista Forbes como uma das 60 startups lideradas por mulheres que estão “a agitar a tecnologia pelo globo”.