“Gosto de não olhar para a gestão de esforço, mas para a gestão de plantel. Há jogadores que têm dado boa resposta e merecem jogar. Todos têm dado boa resposta. Estamos em três competições e precisamos de toda a gente”, dizia Bruno Lage na antevisão da visita ao Dínamo Zagreb para a primeira mão dos oitavos da Liga Europa. O treinador do Benfica pôs em prática o que havia dito: deixou André Almeida e Pizzi em Lisboa, dupla a que juntou Jonas por aconselhamento médico, sentou Rafa e Samaris no banco e deu a titularidade a Florentino, Gedson, Corchia e ainda Krovinovic, que se estreava nos onze iniciais de Bruno Lage no mesmo dia em que regressava ao país de origem.

A dupla de ataque, essa, permanecia intocável. João Félix e Seferovic, donos de um entendimento acima da média, eram os nomes apontados à baliza do Dínamo Zagreb e o único setor, a par dos centrais Ferro e Rúben Dias, que se mantinha em relação à vitória no Dragão que valeu a subida à liderança. Lage, porém, foi surpreendido pelo cansaço, pela acumulação de jogos e pelas lesões musculares e ficou sem Seferovic ainda na primeira parte. A saída do suíço, substituído por Cervi, motivou a ida de João Félix para terrenos onde não está à vontade, a quebra do ímpeto ofensivo e a ausência de um homem de área. O Benfica perdeu, terá de marcar pelo menos dois golos na segunda mão na Luz e Bruno Lage somou aquela que foi apenas a segunda derrota desde que substituiu Rui Vitória no comando técnico encarnado, neste que foi também somente o segundo jogo da era Lage em que a equipa não marcou golos.

Krovinovic, médio croata que procurava agarrar a oportunidade que lhe foi dada por Bruno Lage e que também regressava a casa, explicou que “foi pena a derrota”, mas garantiu que foi “um regresso muito bonito”. “Quinta-feira há mais e quero dar a volta a este resultado. Foi o meu primeiro jogo de início com o mister Bruno Lage. Senti-me muito bem. Na primeira parte estávamos a controlar bem o jogo. Fizemos jogadas rápidas e boas. Fizemos um penálti que foi um azar. A segunda parte foi um jogo aberto para as duas equipas. Agarrei esta oportunidade. Estou pronto para o jogo, estou a treinar”, acrescentou o médio, que não era titular num jogo das competições europeias desde agosto de 2016, mês em que integrou o onze do Rio Ave contra o Slavia Praga. Krovinovic, que apostou um jantar com Livakovic, guarda-redes do Dínamo Zagreb, consoante o resultado da eliminatória, revelou ainda que trocou a camisola com o guardião e que a aposta será decidida só “no final”. Os dois jogadores foram colegas de equipa nas camadas jovens e na equipa principal do NK Zagreb.

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Já Bruno Lage reconheceu que este não foi o resultado pretendido, mas considerou que a equipa teve “uma boa entrada”. “O nosso objetivo era tentar jogar sempre porque prevíamos uma forte pressão dos médios adversários, por isso a inclusão do Gedson e Krovinovic para conseguimos explorar espaços e ter máxima largura nos corredores. A primeira oportunidade acontece numa dessas situações, mas com o desenrolar do jogo não fomos tão competentes como queríamos. É um resultado em que fica tudo em aberto”, acrescentou o treinador encarnado, que defendeu ainda que “o resultado certo era o empate”.

“Não foi um jogo muito bem conseguido, faltou-nos sermos mais agressivos, perceber que em determinados momentos temos de procurar situações entre linhas para rematar de longa distância. Agora é recuperar o máximo para o Belenenses”, disse Lage. O treinador do Benfica garantiu ainda que não conhece a extensão da lesão de Seferovic, que condicionou a equipa “porque é um jogador com ataque à profundidade muito interessante”. Sobre o que disse ao plantel no final do jogo, ao qual se juntou no relvado logo após o apito final de Michael Oliver, o técnico afirmou que a eliminatória “está no intervalo”. “Estamos a perder 1-0 e ainda não acabou. Vamos enfrentar o Belenenses e depois temos a segunda mão na quinta-feira”, sentenciou Bruno Lage.