No dia em celebra 99 anos, 7 de março, o teatro emblemático projetado pelo arquiteto Marques da Silva levanta o véu das linhas gerais da programação para o seu centenário. Em 2020 o teatro planeia criar uma companhia quase residente com oito atores, que permita “um raciocínio mais consequente sobre a produção própria e a política de repertório, favorecendo a circulação nacional e internacional das suas criações”, pode ler-se em comunicado.

Em termos programáticos, o TNSJ revela já alguns dos espetáculos que vão ocupar os vários espaços durante o próximo ano. Em destaque estão três produções próprias, com encenação de Nuno Cardoso, diretor artístico da instituição. A Morte de Danton (Georg Büchner); Castro (António Ferreira) que se estreia “fora” do TNSJ, no Teatro Aveirense, e que fará digressão nacional; e A Varanda (Jean Genet).

Também em 2020 o TNSJ vai receber espetáculos internacionais, é o caso de Western Society, dos germânicos e ingleses Gob Squad; de Mdlsx, um “dispositivo sonoro explosivo” criado por Motus, e The Virgin Suicides, de Susan Kennedy. Em parceria com o Teatro Municipal do Porto, o TNSJ acolhe ainda Racine-Artaud, de Frank Castorff do Theatre de Vidy-Lausanne. Já em parceria com o São Luiz Teatro Municipal, Nova Ítaca da brasileira Cristiane Jatahy também chega ao próximo ano aos palcos da instituição.

No que toca às coproduções, o TNSJ já revelou cinco dos espetáculos com os quais colabora para o ano do centenário: 20 20, da Circolando; Lorenzaccio, de Alfred de Musset, numa encenação de Rogério de Carvalho (Teatro do Bolhão); O Burgês Gentil-Homem, uma criação de Ricardo Alves (Palmilha Dentada), a partir de Molière; um projeto de Marco Martins, produzido pela Arena Ensemble; e Mês, de Monica Calle.

Renovar o vínculo à União de Teatro da Europa, reforçar o plano de digressões, ampliar o raio da ação além do perímetro do Porto e fomentar novas relações externas, especialmente com países de língua oficial portuguesa, são algumas das premissas da direção. No seu projeto editorial, a instituição vai editar uma nova coleção de livros de ensaio, biografia e memórias, sendo “um conjunto de publicações temáticas em torno do número 100”.

Dez ideias para (mais) dez anos de Teatro Nacional São João” é o documento onde podem ler-se várias medidas que sublinham a necessidade de preservar o património das três casas – São João, Teatro Carlos Alberto e Mosteiro São Bento da Vitória – que inclui a intervenção de conservação e manutenção generalizada, assim como a renovação do seu parque técnico. No segundo semestre do próximo ano, o teatro promove ainda uma exposição sobre os seus 100 anos que reunirá documentos, materiais e objetos, que culminará num catálogo em 2021.

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