O Tribunal da Relação confirmou a decisão da providência cautelar interposta pelo Belenenses, pelo que a SAD não poderá usar o emblema, o hino e o lema do clube, revelou hoje o presidente da sociedade anónima dos ‘azuis’.

“É uma decisão provisória e em breve irá dar início a ação principal, à qual caberá recurso, pelo que este assunto vai arrastar-se por muito tempo. Apesar de ser uma decisão injusta, vamos cumpri-la e já estamos a falar com o nosso fornecedor de equipamentos. Com toda a certeza já jogaremos frente ao Benfica, na segunda-feira, sem a cruz de Cristo nas camisolas”, disse Rui Pedro Soares, em conferência de imprensa.

Esta decisão do Tribunal da Relação incide, segundo o presidente da SAD dos ‘azuis’, apenas sobre as questões particulares relacionadas com a decisão decorrente da providência cautelar interposta pelo clube junto do Tribunal de Propriedade Intelectual e agora dar-se-á início à ação principal em primeira instância, interposta pela SAD, cuja decisão será objeto de recurso para o Tribunal da Relação.

Rui Pedro Soares denunciou o posicionamento do clube, que considera incompreensível e incongruente, com um exemplo concreto: “Mesmo depois de 01 de julho o Belenenses clube incumpriu o seu PER [Plano Especial de Revitalizaçao] e não cumpriu uma dívida que tem à FPF no âmbito do ‘totonegócio’. A SAD é avalista dessa dívida e foi executada no seu aval pela Federação. Ora, o clube diz que não quer ter nada a ver com a SAD, mas no que toca a pagamentos de dívidas já quer ter. A SAD teve de fazer face esse por incumprimento do clube através das receitas que conseguimos na Taça de Portugal”.

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Outro exemplo dessa incongruência por parte do clube é, segundo Rui Pedro Soares, a inscrição daquele nos campeonatos ‘e-sports’, de jogos eletrónicos, nos quais indicou como símbolo o seu emblema, quando apenas sociedades anónimas podem participar.

Questionado se a equipa da SAD do Belenenses irá continuar a jogar no estádio do Jamor na próxima época, Rui Pedro Soares admite que sim, mas também não exclui a possibilidade de a opção ser outra.

“Vamos jogar no estádio do Jamor até final desta época. É uma excelente solução para o Belenenses SAD jogar na próxima época, mas não é única. Ponderamos o estádio do Jamor, mas também outras alternativas, estando a dialogar com outras entidades”, explicou Rui Pedro Soares, para quem os problemas com o relvado do Jamor já estão resolvidos.

O presidente da SAD dos ‘azuis’ dá o exemplo do último jogo com o Feirense, no domingo, no qual “até os adversários elogiaram a relva do Jamor” e não poupa críticas à empresa que tinha a responsabilidade pela manutenção do relvado.

“Durante 32 longos dias a empresa que estava responsável pela manutenção da relva do Jamor manteve-se depois do jogo com o Tondela e foi absolutamente incapaz de resolver o problema que ela própria tinha criado. Depois, em nove dias, outra empresa, a ‘Red’, assumiu o controlo e as operações de recuperação do relvado e nesse espaço de tempo foi capaz de apresentar um relvado com a qualidade que todos viram no domingo passado”, disse Rui Pedro Soares.

O responsável pela SAD considera que o Jamor tem a vantagem para os adeptos da proximidade com o estádio do Restelo, que dista apenas cinco quilómetros, mas tem o ‘contra’ de não ter o conforto que hoje se exige, aludindo à inexistência de uma cobertura que proteja os espetadores da chuva, sobretudo no inverno.

Noutro plano, o desportivo, diz que o Belenenses tem sido feliz no Jamor: “Temos jogador bem, obtido bons resultados e os nossos adeptos acorrem em grande número em dias de sol”.