O ministro da Administração Interna (MAI) manifestou esta sexta-feira, em Lisboa, o desejo de no futuro ver uma mulher como diretora nacional ou diretora nacional adjunta da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Eduardo Cabrita falava na cerimónia do Dia da Mulher na PSP (assinalando o Dia Internacional da Mulher), assinalado com um concerto da Banda Sinfónica da polícia e com lançamento do Hino da Mulher na PSP, apadrinhado pela cantora Rita Guerra.

“Julgo que não será neste mandato, dado que o atual Governo está a poucos meses de cessar funções, mas tendo sido já quebrado o tabu da existência de mulheres como ministras da Administração Interna, estou certo que e espero estar ativo a tempo para assistir ao dia em que teremos uma mulher como diretor nacional adjunto da PSP e quiçá um dia uma mulher como diretor nacional da PSP, afirmou o governante.

Eduardo Cabrita declarou que “nesse dia, a PSP estará mais perfeita, mais completa, na sua correspondência com uma polícia de proximidade ao serviço de todos os portugueses e de todas as portuguesas”.

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O ministro disse que “só com a revolução de abril, só com a Constituição de 1976, só com a reforma do Código Civil então operada foi possível as mulheres portuguesas terem determinados cargos, como na magistratura, porque lhes era constitucionalmente vedadas”.

“Era esse o quadro do país que pensava que as mulheres tinham certamente um papel importante como mães, como mulheres, como auxiliares, como apoiantes dos seus maridos, mas que tendo funções de natureza profissional tinham-nas num quadro reservado à dimensão que lhe era considerada especialmente proibida”, afirmou.

Assinalou de “uma forma muito singular” que desde 1985 tenham sido aceites mulheres na PSP para uma carreira de oficial de polícia e relevou “essas pioneiras”.

Assinalando que na quinta-feira foi assinalado o dia de luto pela violência doméstica, Eduardo Cabrita frisou que “o papel da mulher hoje na sociedade portuguesa é um papel que deve ser promovido para que possa não ser notícia, possa ser igual ao dos homens na afirmação daquela que é a diversidade que marca a espécie humana e que não se deve esquecer”.

Ao recordar o dia de luto nacional pelas vítimas de violência doméstica, destacou “o papel que nesta matéria toda a PSP tem vindo a desempenhar, mas em que agentes, oficiais mulheres têm tido um papel especial naquele que é um caminho que teve passos importantes, como a criação de áreas de formação específica destinadas a quebrar o temor de revelar os crimes de violência doméstica que normalmente eram escondidos na sociedade, a criação de condições de privacidade para o acolhimento, para o atendimento e para o aconselhamento às vítimas”.

“O papel da mulher hoje na sociedade portuguesa é um papel que deve ser promovido para que possa não ser notícia, possa ser igual ao dos homens na afirmação daquela que é a diversidade que marca a espécie humana e que não nos devemos esquecer”, concluiu.

Por seu turno, o Diretor Nacional da PSP, Luís Farinha, após traçar o percurso das mulheres na polícia afirmou que “muitos obstáculos foram vencidos, mas no contexto mundial é reconhecido que existem muitas barreiras difíceis de transpor, muitas conquistas a fazer e desafios a vencer no plano da igualdade do género e pelo respeito dos Direitos Humanos e pela dignidade das mulheres”.

O mesmo responsável destacou que, “no exercício das suas funções e no desempenho de diversos cargos de comando e direção, as mulheres da PSP têm revelado uma vincada força de caráter e uma profunda vontade de ultrapassar e vencer os desafios, conseguindo aliar a firmeza da ação de comando com a sensibilidade, humanismo e generosidade que fazem das mulheres polícias profissionais de referência e exemplos a seguir por toda a instituição”.

Dirigiu-se às mulheres da PSP pela ocasião do dia, “oficiais, dirigentes, chefes, agentes e mulheres não polícias para lhes agradecer o seu valioso contributo na defesa e salvaguarda dos valores fundamentais que sustentam o Estado de direito democrático e pelo serviço que diariamente prestam aos portugueses e a Portugal”.

“A PSP sente-se honrada pelo enorme profissionalismo e competência, pela inexcedível dedicação e generosidade e pelo profundo sentido de missão que as mulheres têm demonstrado no desempenho das suas funções”.