No Dia Internacional da Mulher, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo brasileiro de Jair Bolsonaro, Damares Alves, expôs num vídeo a sua opinião sobre as diferenças entre rapazes e raparigas. Criticando as “ideologias” que defendem que “meninos e meninas” são iguais, a ministra brasileira disse que os rapazes devem perceber que as raparigas “precisam ser amadas”.

“Vamos ensinar os nossos meninos nas escolas a levar flores para as meninas, por que não?”, questionou retoricamente Damares Alves, acrescentando outras aprendizagens que os rapazes devem ter: “Abrir a porta do carro para a mulher, por que não? Reverenciar-se para a mulher, por que não?”

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A ministra de Bolsonaro chegou mesmo a sugerir, no vídeo divulgado pelo portal de notícias G1, que dizer que “menino é igual a menina” pode incentivar e aumentar a violência sobre mulheres: “Enquanto os nossos meninos acharem que menino é igual a menina — como se pregou no passado, [por] algumas ideologias –, já que é igual, ela aguenta apanhar“, afirmou, de acordo com o jornal Estado de São Paulo.

Ensinar ações de “cavalheirismo” aos “meninos” é, para a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, uma boa solução para “elevar a mulher para um patamar de um ser especial, um ser extraordinário”. Damares Alves recusa que isso possa colocar as mulheres numa “situação de fragilidade” e pretende promover essas ações de cavalheirismo dos rapazes face às raparigas. É isso que o Governo quer ensinar, garante — ou “fazer lá na escola”, na sua formulação.

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Damares Alves aproveitou ainda o dia da mulher para anunciar o lançamento de uma campanha que pretende sensibilizar profissionais de beleza a identificar e denunciar sinais de violência sobre as mulheres. “Temos de envolver toda a sociedade e hoje lançamos a campanha ‘Salve uma Mulher’. A ideia é enfrentar a violência contra o público feminino com ações que visem consciencializar para responsabilidade de todos na promoção dos direitos, em especial dos profissionais que lidam com as mulheres todos os dias. Nós vamos começar essa campanha com os profissionais da beleza”, afirmou a ministra, citada pelo G1.

Ainda de acordo com a governante que tutela a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos , há entre os profissionais de beleza e as clientes uma relação de “confiança” que deverá ser aproveitada para o combate à violência doméstica.

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