Theresa May radicalizou o discurso, esta sexta-feira, a poucos dias de uma nova votação sobre o Brexit. “Podemos nunca sair da União Europeia”, disse a primeira-ministra britânica na cidade de Grimsby, norte de Inglaterra, enquanto discursava para uma multidão de trabalhadores locais do setor energético. “Na próxima semana, Westminster tem de fazer uma escolha crucial. Ou apoia o acordo do Brexit ou o rejeita”, disse May.

Para a primeira-ministra, não há meio termo. Se o acordo tiver luz verde no parlamento, o Reino Unido sai da União Europeia. Se for chumbado, ninguém sabe o que poderá acontecer.

Podemos não sair da UE durante vários meses, podemos sair sem a proteção que o acordo nos garante. Ou podemos nunca chegar a sair”, sublinhou Theresa May.

Na próxima terça-feira, dia 12, o acordo para a saída da União Europeia vai ser novamente votado no parlamento. E foi para os seus membros que May deixou também uma palavra: “A minha mensagem para os membros do parlamento que concordam comigo e que pensam que não devemos arriscar [uma saída sem acordo] é simples: a única forma de evitarmos esse caminho é apoiar, na terça-feira, o acordo que o governo firmou com a União Europeia. Vamos fazê-lo.”

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Caso o Parlamento decida seguir outro caminho que não o da aprovação do Brexit, May prevê que o Reino Unido terá pela frente “muitos meses e anos de discussões”.

“Estamos a falar de meses a discutir o Brexit quando nos devíamos focar em melhorar o serviço nacional de saúde, as nossas escolas e as nossas comunidades”, sublinhou, acrescentando que a discussão em torno do acordo foi “difícil e robusta” e que ambos os lados tiveram de ceder.

O Brexit, disse, não pertence aos membros do Parlamento. “Pertence a todo o país. Pertence às pessoas que votaram a favor dele e que o querem ver implementado de forma a que todos possamos andar para a frente a caminho de um futuro próspero”, mas, disse a primeira-ministra, também pertence àqueles que votaram contra ele.

O Reino Unido quer negociar o Brexit outra vez. Até quando é que o relógio vai continuar a contar?