Caracas é este sábado palco de manifestações pró e contra o regime, em mais uma etapa da crescente divisão que grassa na sociedade venezuelana.

Os apoiantes do Presidente Nicolas Maduro foram convocados para participar numa marcha anti-imperialista, enquanto a oposição, liderada pelo autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, saem às ruas para pedir “liberdade”.

Na terça-feira, Nicolás Maduro, apelou aos seus apoiantes para integrem a marcha anti-imperialista, no sábado, por nesse dia se cumprirem quatro anos que o ex-Presidente norte-americano Barack Obama assinou um decreto considerando a Venezuela uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos. “Decretei o dia 09 de março como dia bolivariano do anti-imperialismo e vamos às ruas”, disse Maduro na terça-feira.

A convocação da marcha anti-imperialista foi feita uma dia depois de Juan Guaidó, perante milhares de simpatizantes, ter apelado aos venezuelanos para marcharem hoje pela liberdade, insistindo que tem uma rota definida para o país, da qual faz parte “o fim da usurpação, um governo de transição e eleições livres”. No próximo sábado, disse, “toda a Venezuela voltará às ruas em busca de liberdade”.

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chegou na tarde de segunda-feira ao aeroporto internacional de Caracas, onde foi recebido por uma multidão composta por apoiantes e embaixadores de vários países europeus e latino-americanos, segundo imagens transmitidas em direto. Entre os embaixadores europeus estava o de Portugal, Carlos Nuno Almeida de Sousa Amaro, confirmaram fontes diplomáticas à agência Lusa.

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Guaidó, reconhecido Presidente interino venezuelano por cerca de 50 países, regressou à Venezuela após um périplo de uma semana por vários países daquela região. Ao fazer essa viagem, o líder da oposição contornou a proibição de saída do país decretada pela justiça venezuelana por estar em curso uma investigação relacionada com a sua autoproclamação como presidente interino, arriscando-se a ser detido quando regressasse à Venezuela.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos. A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes. Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.