Pelo meio da semana horribilis do Real Madrid, e já depois de vencer o principal rival em dois jogos consecutivos no Santiago Bernabéu, primeiro para a Taça do Rei e depois para o Campeonato, o Barcelona perdeu um troféu. Sem ser um dos grandes objetivos da temporada e com Ernesto Valverde a aproveitar para gerir esforços e deixar fora da convocatória Messi, Suárez, Jordi Alba e companhia, a verdade é que uma grande penalidade de Stuani garantiu ao Girona a conquista da Supertaça da Catalunha na passada quarta-feira.
Algo que, com toda a certeza, em nada afetou os adeptos do clube catalão. Na liderança da Liga espanhola, com mais quatro pontos do que o Atl. Madrid e mais 12 do que o Real Madrid, o Barcelona disputa ainda na próxima quarta-feira a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões com o Lyon. E até beneficia do facto de jogar em Camp Nou. A equipa de Valverde vai tentar marcar, algo que não conseguiu fazer em França (a partida acabou sem golos, apesar dos 25 remates do Barcelona), e chegar aos quartos de final da liga milionária. Além disso, e como não podia deixar de ser, Messi e os restantes companheiros ainda viram o Real Madrid ser eliminado com estrondo da Champions pela mão de um futuro colega de equipa, o holandês De Jong, e de um muito desejado e eventual futuro colega de equipa, o central De Ligt.
25 remates não chegaram para fazer um golo e o Barcelona empatou a zeros em Lyon
Na receção ao Rayo Vallecano, Ernesto Valverde sabia que era importante vencer para não escorregar e perder vantagem para o Atl. Madrid (que este sábado já venceu o Leganés), mas também para manter os índices anímicos nos píncaros. Por tudo isso, e vindo de dez jogos sem perder, Valverde não poupou Messi, Suárez e Coutinho e deixou Dembélé — ala que até realizou duas exibições bem conseguidas na dupla jornada com o Real Madrid — no banco de suplentes. Nélson Semedo foi titular na direita da defesa, Jordi Alba na esquerda, Busquets era o dono do eixo do meio-campo, ladeado por Arturo Vidal e Arthur, com Rakitic a começar o jogo na condição de suplente. Messi, ao integrar o onze, voltava a fazer história e tornava-se o segundo jogador mais vezes titular pelo Barcelona na Liga espanhola (443 vezes, mais uma do que Iniesta e ainda menos 62 do que Xavi).
???? Another #Messi milestone ????!
With his start in #BarçaRayo, Messi surpasses @andresiniesta8 to become Barça's number two all-time appearances leader in @LaLigaEN!
???????? Congratulations! pic.twitter.com/gyJmbO2ahW— FC Barcelona (@FCBarcelona) March 9, 2019
Do outro lado, o Rayo somava cinco derrotas consecutivas e estava praticamente obrigado a não perder pontos: a equipa de Madrid está no penúltimo lugar da Liga, com os mesmos pontos do que o Villarreal e apenas mais um do que o Huesca, que é última. E uma derrota significaria não só o afundar na zona de despromoção, como também um provável fim da linha para o treinador Míchel. No onze inicial, além do português Bebé, estava o ex-V. Setúbal Advíncula, o ex-Sp. Braga Emiliano Velázquez e ainda o belga Imbula, que passou sem grande sucesso pelo FC Porto.
Na primeira parte, o Rayo concedeu a iniciativa ao Barcelona, mas não se fechou nos últimos 30 metros, aplicando uma pressão muito alta que dificultava a reação à perda de posse por parte dos catalães. Com pouco espaço entre setores, e sem conseguir desenhar o habitual 4x3x3, o Barça mostrava debilidades nas transições defensivas, principalmente quando Nélson Semedo subia no corredor para oferecer linhas de passe e largura. A partir dos 20 minutos, a equipa de Valverde percebeu que seria necessário tentar jogar através de lances mais rendilhados e de passe curto, já que o jogo pelas alas não estava a funcionar, e fechou o cerco. Primeiro por Messi e depois por Coutinho, o Barcelona esteve muito perto de inaugurar o marcador e o golo parecia cada vez mais um cenário inevitável.
Cenário esse que se confirmou, mas na outra baliza. Logo após a jogada que Philippe Coutinho terminou com um remate fraco, entra Messi e Vidal, o Rayo lançou uma transição rápida a dois toques que encontrou Raúl de Tomás em alta velocidade: o avançado espanhol desviou-se de Piqué e de Nélson Semedo e atirou em força, ainda de fora de área, para dentro da baliza de Ter Stegen. 24 minutos e o Rayo Vallecano vencia em Camp Nou.
.@LaLiga | @FCBarcelona 0-1 @RayoVallecano | 24'
E o @RayoVallecano abre o marcador em Camp Nou! Excelente trabalho de Raúl de Tomás!! ????⚽ #ForTheFans #JogaLaLiga pic.twitter.com/LC1ImBa9EK
— Eleven Sports Portugal (@ElevenSports_PT) March 9, 2019
Sem nunca conseguir implementar o habitual jogo corrido e asfixiante, o Barcelona acabou por conseguir chegar ao empate de forma algo inusitada e através de um livre — uma raridade na equipa orientada por Ernesto Valverde. Messi bateu um livre muito descaído na direita e o central Piqué desmarcou-se até ficar sozinho e antecipar-se ao guarda-redes do Rayo, desviando para terceiro golo da conta pessoal esta temporada, mais do que qualquer outro defesa em Espanha. A verdade é que, após estar em vantagem no marcador, o Rayo remeteu-se ao setor defensivo e abriu os espaços que não tinha concedido até ao golo de Raúl de Tomás — o conjunto de Madrid acabou por passar os últimos minutos do primeiro tempo encostado à própria grande área, a tentar evitar sofrer o segundo golo, enquanto Messi e Suárez procuravam a imprevisibilidade e os coelhos da cartola que já resolveram tantos jogos. Na ida para o intervalo, o Barça sabia que poderia aproveitar o desgaste dos jogadores do Rayo para ainda lançar Dembélé e procurar, naturalmente, a vitória.
.@LaLiga | @FCBarcelona 1-1 @RayoVallecano | 38'
O livre teleguiado de Messi encontrou a cabeça de Piqué e está feito o empate para o @FCBarcelona! #ForTheFans #JogaLaLiga pic.twitter.com/QmUNHlOAfH
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Como prova dessa vontade de ir à procura de mais golos, Valverde não esperou pelo avançar da segunda parte e trocou Arthur por Dembélé logo ao intervalo, provocando o recuo de Coutinho no terreno. Ainda assim, o Barcelona não precisou da magia do francês para chegar rapidamente à vantagem pela primeira vez na partida, já que foi mesmo um português a começar o lance que acabaria por culminar no golo de Messi. Nélson Semedo, em mais uma das incontáveis iniciativas atacantes que assinou ao longo da partida, levou a bola até ao limite da linha de fundo e puxou para dentro, sendo carregado em falta por Amat já no interior da grande área. Na conversão, com uma tranquilidade invejável, Messi bateu Dimitrievski.
.@LaLiga | @FCBarcelona 2-1 @RayoVallecano | 50'
Está feito o segundo! Messi marca de grande penalidade, após falta na grande área sobre Nélson Semedo. ???????? #ForTheFans #JogaLaLiga pic.twitter.com/AxV8VzEGSy
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Além do golo logo ao minuto 51, que alavancou a confiança catalã para a segunda parte, o Barcelona regressou para o segundo tempo a ser fiel ao seu ADN, com recuperações defensivas incólumes e transições ataque-defesa eficazes — algo que não tinha acontecido pelo menos na primeira meia hora e cuja ausência causou muitas dificuldades ao conjunto blaugrana. Até ao final da partida, sem nunca acelerar muito e sempre com o jogo de quarta-feira com o Lyon no subconsciente, o Barça soube gerir com posse e esteve perto do terceiro tanto por intermédio de Messi, com um livre direto de belo efeito, como através de Coutinho, que tentou finalizar uma jogada orquestrada por Suárez. O avolumar dos números chegou já nos últimos dez minutos: Rakitic, que entretanto já tinha entrado para o lugar de Coutinho, entregou e recebeu de Dembélé, entregou e recebeu de Suárez e ainda assistiu o uruguaio, que na pequena área só teve de encostar para bater Dimitrievski.
.@LaLiga | @FCBarcelona 3-1 @RayoVallecano | 82’
Que jogadinha! Uma excelente combinação entre Dembelé, Rakitic e Suaréz 82’ que só parou dentro da baliza do @RayoVallecano. Ora veja ???? #ForTheFans #JogaLaLiga pic.twitter.com/PV2QAgjdJn
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O Barcelona não escorregou perante a vitória do Atl. Madrid e uma equipa bem organizada do Rayo Vallecano e mantém o ciclo de jogos sem perder, que já são onze, e os quatro pontos de vantagem para os colchoneros. Quanto ao Rayo, afunda no penúltimo lugar da Liga e Míchel está cada vez mais na porta de saída. Messi, que chegou ao golo 200 em jogos ao sábado para o Campeonato — o dia da semana preferido do argentino para marcar golos –, voltou a ser fulcral e indispensável à vitória dos catalães, com uma assistência e um golo.
409 – Lionel Messi’s 409 goals for @FCBarcelona in @LaLigaEN:
200 – SATURDAY
168 – Sunday
18 – Wednesday
16 – Tuesday
4 – Thursday
3 – Monday
0 – FridayCinema. pic.twitter.com/xNn1LEeDtK
— OptaJose (@OptaJose) March 9, 2019