A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, pediu esta terça-feira ao Governo francês que suspenda a concessão de vistos a argelinos para evitar um “fluxo migratório” em caso de desestabilização do país, abalado por uma crise política.

“É preciso tomar esta medida. É uma medida razoável suspender a concessão de vistos aos argelinos”, afirmou a Presidente da União Nacional (RN), partido de extrema-direita, em declarações a uma estação de rádio e televisão.

O seu pai e ex-presidente da Frente Nacional, (agora União nacional) já tinha feito o mesmo apelo através do Twitter.

Uma desestabilização da Argélia pode levar a um fluxo migratório muito importante no futuro. Porque existem acordos entre a Argélia e a França que permitem aligeirar a concessão de vistos a argelinos”, disse Marine Le Pen.

“No passado, a Argélia viveu momentos muito difíceis de guerra civil e tudo isso pode levar a movimentos de população que não seríamos capazes de gerir”, sustentou.

A posição de Le Pen surge um dia depois de o Presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, confrontado há mais de duas semanas com protestos inéditos em 20 anos de poder, ter anunciado que renuncia a um quinto mandato e o adiamento ‘sine die’ das presidenciais previstas para 18 de abril.

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Numa mensagem ao país divulgada pela agência oficial APA, Bouteflika anunciou que as eleições presidenciais deverão ocorrer “no prolongamento” de uma “conferência nacional” responsável pela reforma do sistema político e a elaboração de um projeto de Constituição até finais de 2019.

O número de vistos concedidos pela França a argelinos caiu drasticamente em 2018 comparado a 2017.

Um total de 297.104 vistos foram emitidos em 2018, contra 413.976 em 2017, de acordo com o Ministério do Interior.