Um dos pilotos do Boeing 737 MAX 8 que se despenhou este domingo na Etiópia, matando 157 pessoas, reportou à torre de controlo minutos antes do avião cair que estava a ter problemas no sistema de controlo. A informação foi revelada por Tewolde GebreMariam, diretor executivo da Ethiopian Airlines, numa entrevista ao Wall Street Journal.

O piloto “reportou aos controladores de tráfego aéreo que estava ter problemas no controlo do voo”, explicou Tewolde GebreMariam não revelando, no entanto, mais informações relativas à causa da queda do avião. Depois de reportar esses problemas, o piloto teve autorização para regressar ao aeroporto.

O Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines despenhou-se no domingo de manhã, poucos minutos depois de ter descolado de Adis Abeba para a capital do Quénia, Nairobi. As vítimas são de 35 nacionalidades e pelo menos 21 eram funcionários das Nações Unidas, alguns dos quais iam participar numa cimeira dedicada ao ambiente, em Nairobi.

Este é o segundo acidente com um Boeing 737 MAX 8 em cinco meses. Em 29 de outubro, 189 pessoas morreram na queda de um aparelho idêntico ao largo da Indonésia. A Ethiopian Airlines anunciou ter imobilizado todos os seus Boeing 737 MAX, no que foi seguida por várias outras companhias de aviação em todo o mundo.

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Boeing 737 MAX 8. Como é o modelo de avião que caiu na Indonésia e na Etiópia?

Entre as empresas que optaram por suspender os voos do Boeing 737 Max 8 estão a Norwegian, o Icelandair Group, o Tui Group (a maior operadora de turismo do mundo), a Aerolineas Argentinas, a Aeroméxico, a brasileira Gol, a indiana Jet Airways e a marroquina Royal Air Maroc.

Vários países, incluindo os da União Europeia, anunciaram a interdição temporária dos seus espaços aéreos aos modelos 737 da Boeing. O Reino Unido foi o primeiro país europeu a suspender os voos do Boeing 737 MAX 8, seguido pela Alemanha.

As caixas negras recuperadas dos destroços do avião da Ethiopian Airlines, que se despenhou, no domingo, com 157 pessoas a bordo, serão enviadas para a Europa, confirmou esta quarta-feira o porta-voz da companhia. Em declarações à agência de notícias norte-americana Associated Press, um porta-voz da Ethiopian Airlines, Asrat Begashaw, confirmou o envio dos registos de áudio e dados do voo para serem analisados na Europa, mas sem especificar o país de destino.

Outro porta-voz da companhia tinha já indicado que não havia na Etiópia “as capacidades técnicas e a experiência” necessárias e que, por isso, os dispositivos que registam a atividade dos instrumentos do avião, os dados do voo e as conversas dos tripulantes seriam enviados para análise no estrangeiro.