Beto O’Rourke, um antigo congressista que em pouco tempo se tornou uma estrela em ascensão no partido democrata confirmou, na quinta-feira, a candidatura às próximas eleições, em 2020. “Este é um momento da verdade para o nosso país e para cada um de nós”, afirmou o político, com 46 anos, que nos últimos anos se tornou uma das principais promessas do partido, incluindo sendo o protagonista de um documentário feito pela HBO.

O carismático líder tentou, sem sucesso, desafiar o republicano Ted Cruz durante as eleições intercalares do ano passado. Apesar da derrota, por pouco, O’Rourke mostrou grande capacidade de mobilização de apoios (e fundos) e, desde logo, foi visto como um possível candidato presidencial, cuja mensagem carismática e positiva levou a comparações com Barack Obama.

“Os desafios que enfrentamos neste momento, as crises interligadas na nossa economia, a nossa democracia e o nosso clima nunca foram mais prementes”, afirmou O’Rourke, acrescentando que estes desafios “podem consumir-nos mas podem, também, proporcionar-nos a maior oportunidade para despoletar a genialidade dos Estados Unidos da América”.

A campanha vai arrancar no final do mês num comício em El Paso, Texas. Será o início de um processo em que o candidato irá procurar distinguir-se da dúzia de outros candidatos que já anunciaram que irão concorrer à nomeação democrata para as eleições.

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“Quero uma campanha positiva que procurará fazer sobressair o melhor que há em cada um de nós, que procure unir um país que está muito dividido”, afirmou Beto O’Rourke no vídeo de lançamento da candidatura.

Depois de três mandatos cumpridos no congresso norte-americano, O’Rourke deu provas de capacidade de mobilização ao quebrar todos os recordes de angariação de fundos durante a campanha que procurava “roubar” o lugar de Ted Cruz. Apesar de ter perdido essa corrida por três pontos percentuais, O’Rourke obteve 80 milhões de dólares nesse processo.

Numa entrevista à CNN, Beto O’Rourke sublinhou a prioridade que atribui às questões climáticas — esse é o “desafio mais urgente e existencial” de todos. “Os cientistas, sem qualquer dúvida, sabem que temos um máximo de 12 anos para fazer grandes mudanças para responder a essa ameaça e reduzir as consequências de decisões que tomámos no passado — consequências para os nossos filhos e para as gerações seguintes”.

Além disso, o candidato democrata adiantou que quer “reescrever” as leis relacionadas com a imigração para “refletir aquilo que são os nossos valores e aquilo que sabemos ser a verdade, com base nos factos”. No país idealizado por O’Rourke, “toda a gente deve ter a possibilidade de ser consultado por um médico” e “todos têm direito de cumprir o seu potencial”, incluindo “encontrar o emprego que ainda não conseguiram… Há tantas pessoas que têm dois e três empregos e mesmo assim têm dificuldades em sobreviver”.