O volume elevado de documentos que chegou à comissão de inquérito da Caixa Geral de Depósitos — mais de 19 mil páginas — fez adiar o início das audições, mas o Público escreve esta quinta-feira que muita da informação que os deputados querem veio rasurada pelo banco público.

Ainda não há data definida para se retomarem os trabalhos, já que segundo o calendário originalmente definido esta semana já se deveriam ter ouvido não só Carlos Costa e Vítor Constâncio como, também, a auditora que elaborou o relatório, a EY.

Inicialmente, o adiamento justificou-se pelo elevado volume de documentos, entre relatórios, pareceres e atas. Mas esse não é o único problema a ameaçar o arranque dos trabalhos de uma comissão que já tinha um calendário apertado por causa do final do mandato legislativo. O banco público rasurou informação e dados bancários que a comissão de inquérito considera importante para a compreensão total dos factos, uma opinião da qual a administração do banco público discorda, ao mesmo tempo que tenta proteger informação confidencial sobre um banco que, ao contrário do BES ou do Banif, por exemplo, está a ser alvo de (mais) uma comissão de inquérito enquanto está em plenas funções.

“Nem toda a informação veio de acordo com o que foi pedido”, disse ao Público o presidente da CPI, Luís Leite Ramos. O responsável irá, segundo o jornal, reforçar o pedido para que as atas “não venham rasuradas” e que passem a incluir os dados que “a CGD entendeu que não eram parte do objeto da comissão”. “Há um entendimento diferenciado entre a CGD e a CPI sobre o que é o objeto da comissão”, assinalou Luís Leite Ramos.

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