O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, qualificou esta sexta-feira como “muito preocupantes” os danos provocados pelo ciclone Idai na região centro do país, mas não avançou dados sobre mortes nem feridos, devido a “dificuldades nas buscas”.

“Os danos materiais verificados até ao momento são maiores e muito preocupantes”, declarou Filipe Nyusi, numa “comunicação à nação”, que fez no Aeroporto Internacional de Maputo, de onde embarcou hoje para uma visita de Estado ao reino de Esuatíni (ex-Suazilândia).

O chefe de Estado moçambicano disse que o temporal destruiu total ou parcialmente casas, hospitais, centros de saúde, escolas, edifícios comerciais, infraestruturas de energia elétrica e de telecomunicações.

As cidades da Beira e de Dondo e o distrito de Mafambisse, na província de Sofala, bem como a cidade de Chimoio e o posto administrativo de Inchope, província de Manica, estão sem energia, devido ao Idai, que fustigou a região no dia 14, afirmou Filipe Nyusi.

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O ciclone atingiu igualmente a província da Zambézia, onde destruiu infraestruturas sociais e económicas e desalojou dezenas de famílias.

O distrito de Inhassoro, província de Inhambane, está sem energia, devido à queda de postes de média tensão.

Filipe Nyusi adiantou que logo que as condições de acesso às áreas atingidas estiverem normalizadas, ministros e vice-ministros serão enviados para essas zonas, visando uma avaliação dos estragos e das necessidades de auxílio.

Residentes no Bairro da Munhava, na cidade da Beira, centro de Moçambique, relataram hoje à Lusa haver vítimas mortais naquela zona devido à destruição causada pela passagem do ciclone Idai.

O canal de televisão privado STV relatou ainda haver pelo menos uma morte com o desabamento de uma casa no distrito de Nhamatanda, a cerca de 100 quilómetros da capital provincial.

Karin Manente, representante do Programa Alimentar Mundial (PAM) no país, disse hoje à Lusa que há produtos alimentares e cinco helicópteros de diferentes entidades de socorro prontos a entrar em ação na região centro logo que haja condições meteorológicas para operarem.

Esta é a segunda tempestade forte a assolar o centro e norte de Moçambique em pouco mais de uma semana.

Desde dia 06 de março, pelo menos 15 pessoas morreram e mais de 103 mil foram afetadas pelas chuvas fortes e inundações no centro e norte de Moçambique, anunciou o Escritório das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA).