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Raphinha e a rebeldia do protagonista de uma luta pela custódia (a crónica do Sporting-Santa Clara)

Este artigo tem mais de 5 anos

O Sporting esteve longe de convencer mas conseguiu vencer o Santa Clara em Alvalade e colocar pressão no Sp. Braga. Raphinha, que está no centro do litígio entre leões e V. Guimarães, foi decisivo.

O ala brasileiro foi o melhor jogador dos leões no jogo desta sexta-feira e marcou o golo decisivo
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O ala brasileiro foi o melhor jogador dos leões no jogo desta sexta-feira e marcou o golo decisivo

EPA

O ala brasileiro foi o melhor jogador dos leões no jogo desta sexta-feira e marcou o golo decisivo

EPA

O Sporting teve uma semana tranquila. Algo que, à exceção do descanso físico, não é necessariamente positivo. Enquanto o FC Porto encaixou 50 milhões de euros com a venda de Éder Militão e soube que vai encontrar o Liverpool nos quartos de final da Liga dos Campeões e o Benfica eliminou o Dínamo Zagreb e soube também que vai defrontar o Eintracht Frankfurt nos quartos da Liga Europa, o Sporting limitou-se a esperar pelo jogo desta sexta-feira com o Santa Clara. Fora das competições europeias, os leões tiveram uma semana tranquila. Algo que, novamente, está longe de ser positivo.

Marcel Keizer voltava a poder contar com Bas Dost, que falhou o jogo da jornada anterior contra o Boavista, no Bessa, (que o Sporting venceu por 1-2) devido a uma lesão no joelho direito. O holandês regressava de imediato para o onze inicial e era — a par de Doumbia, que ocupava o lugar do castigado Gudelj –, a única alteração que o técnico holandês fazia face ao jogo do passado sábado. Ristovski era o dono da direita da defesa, Mathieu fazia dupla com Coates no centro, Borja era o lateral esquerdo e abria espaço à subida de Acuña no terreno. O argentino estava aberto na ala esquerda, com Raphinha no corredor contrário e Wendel a servir de apoio na retaguarda a Bruno Fernandes, que atuava enquanto falso ’10’ atrás de Dost. Do outro lado, João Henriques não podia contar com os lesionados Thiago Santana, Pineda, Anderson Carvalho e Pacheco.

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Ficha de jogo

Sporting-Santa Clara, 1-0

26.ª jornada da Primeira Liga NOS

Estádio de Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

Sporting: Renan Ribeiro, Ristovski, Coates, Mathieu, Borja (Diaby, 57′), Wendel, Doumbia (Miguel Luís, 76′), Raphinha, Bruno Fernandes, Acuña, Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin, André Pinto, Luiz Phellype, Jovane, Thierry Correia

Treinador: Marcel Keizer

Santa Clara: Marco, Patrick, César, Fábio Cardoso, Lucas, Francisco Ramos, Kaio, Chrien (Ukra, 69′), Evouna (Zé Manuel, 58′), Schettine (Pablo Lima, 82′), Bruno Lamas

Suplentes não utilizados: João Lopes, Ukra, Minhoca, Mamadu, Lucas Marques

Treinador: João Henriques

Golos: Raphinha (59′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bruno Lamas (68′), Doumbia (70′), Mathieu (73′)

O treinador do Santa Clara havia dito na conferência de imprensa de antevisão que a equipa açoriana iria a Alvalade “desibinida, sem a preocupação extrema do peso dos pontos”. Seria de esperar então um Santa Clara ofensivo e perigoso, assim como tem demonstrado desde o início da temporada: mesmo depois da saída de Fernando Andrade, que tem vindo a ganhar espaço no FC Porto, o conjunto dos Açores está a realizar uma boa época de regresso ao principal escalão do futebol português e o mais provável é que termine a temporada nos primeiros dez classificados da Primeira Liga. Assim sendo, esperava-se um Santa Clara bastante diferente daquele que jogou em Alvalade entre 2000 e 2002, sempre sob a orientação de Manuel Fernandes, e que somou duas derrotas e um empate.

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A realidade, porém, não podia ser mais distinta. O Santa Clara passou a primeira meia-hora da visita a Alvalade completamente fechado no próprio meio-campo, sem investidas ofensivas nem procura pela grande área de Renan. Do outro lado, o Sporting assumia a iniciativa da partida mas encontrava um corredor central continuamente congestionado: Wendel e Bruno Fernandes, os principais criativos da equipa, eram os jogadores mais pressionados e marcados pelos açorianos e tinham dificuldades em receber da linha defensiva e entregar ao ataque. O Sporting optava então por dar largura ao jogo e procurar os corredores, com prioridade para a ala direita, onde Ristovski e Raphinha se empenhavam em transições com vista a tentar o remate, se em terrenos mais interiores, ou o cruzamento para Dost, se mais perto da linha lateral.

Bas Dost, de regresso à competição e à titularidade, procurava o golo em cada lance mas continuava a mostrar algum desacerto sempre que tinha a bola nos pés (ou na cabeça). Raphinha era mesmo o principal desequilibrador dos leões, face ao baixo rendimento de Bruno Fernandes provocado pela pressão alta do Santa Clara. Acuña, que ia tentando furar no corredor central a partir da esquerda, assustou Marco de fora de área (22′); Mathieu esteve muito perto de inaugurar o marcador de livre direto (34′); e também Raphinha tentou a sorte de longe após um bom entendimento com Bruno Fernandes. Do outro lado, o lance mais perigoso do Santa Clara foi mesmo um cruzamento de Guilherme Schettine que saiu muito puxado à baliza e ainda assustou Renan (38′). Na ida para o descanso, o Sporting ia para o intervalo sem marcar pela primeira vez em cinco jornadas e o Santa Clara levava um resultado bem melhor do que a exibição. Destaque, só mesmo para exibição de Idrissa Doumbia, que somava estatísticas em quase tudo superiores a Gudelj.

O Sporting regressou para a segunda parte com a certeza de que estava a fazer bem a grande maioria das coisas mas faltava um pequeno grande pormenor: marcar golos. Marcel Keizer não mudou nada ao intervalo e os leões iam inaugurando o marcador logo aos dois minutos do segundo tempo, quando Raphinha aproveitou um passe de Bruno Fernandes para rematar rasteiro e puxado ao poste mas Marco evitou o golo com a ponta dos dedos. O Santa Clara, que também voltou para a segunda parte sem alterações, podia ainda assim ter marcado primeiro logo de seguida, quando Chrien aproveitou uma bola perdida após um lançamento de linha lateral mas atirou contra as costas de Ristovski.

[Carregue nas imagens para ver os melhores momentos do Sporting-Santa Clara:]

Keizer entendeu que o que faltava eram homens no setor ofensivo e decidiu reforçar o jogo pelos corredores — já que o terreno central permanecia principalmente ocupado por elementos do Santa Clara –, sacrificando Borja e lançando Diaby para recuar Acuña para a posição de lateral esquerdo. O golo do Sporting surgiu precisamente pela ala esquerda, como não podia deixar de ser e face à pressão elevada dos açorianos pela faixa central: Acuña lançou Bruno Fernandes em velocidade e o médio soltou para o coração da área, onde Raphinha apareceu quase sem oposição e encostou para inaugurar o marcador. Sem ser brilhante — longe disso –, mas a fazer o suficiente para estar em vantagem, o Sporting chegava finalmente ao golo e obrigava agora o Santa Clara a alargar fileiras e correr atrás do prejuízo.

O Santa Clara abriu o jogo e procurou estender-se no terreno, principalmente depois das entradas de Ukra e Zé Manuel, mas nunca demonstrou a qualidade que lhe permite estar atualmente no oitavo lugar da Primeira Liga. Keizer fez entrar Miguel Luís, numa alteração pouco tática que teve como principal objetivo evitar uma eventual expulsão de Doumbia, que já tinha visto cartão amarelo. O jogo foi perdendo qualidade à medida que o apito final se aproximava, o Sporting não voltou a beneficiar de uma verdadeira ocasião de golo e Renan só foi verdadeiramente testado a seis minutos dos 90′, com um desvio de Zé Manuel de cabeça que obrigou a uma intervenção apertada do guarda-redes brasileiro.

O Sporting bateu o Santa Clara — que ao quarto jogo continua sem conseguir vencer em Alvalade — e está provisoriamente em igualdade pontual com o Sp. Braga e a cinco pontos de Benfica e FC Porto. Raphinha, que é atualmente o protagonista de um litígio entre o Sporting e o V. Guimarães que já envolveu um pedido de insolvência da SAD leonina e a retirada do mesmo, foi o melhor jogador em campo, marcou o golo decisivo e foi de forma inequívoca o elemento que fez a diferença esta sexta-feira face à apatia de Bas Dost e ao pouco espaço de Bruno Fernandes. Os leões estão na melhor fase no Campeonato na era Keizer mas permanecem sem fulgor exibicional, com poucas ideias e pouca energia, fazendo-se valer das investidas individuais para arrancar vitórias difíceis mas, ainda assim, valiosas.

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