As contas estavam empatadas, as pernas já não respondiam como deviam à cabeça, ninguém se conseguia sentar no estádio do Dragão. A época não acabava ali qualquer que fosse o resultado naquela segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões frente à Roma mas um golo naquele momento seria um marco histórico que será sempre recordado no final da temporada. Mais pressão, era complicado. No entanto, Alex Telles agarrou na bola e não vacilou, assegurando o 3-1 e consequente passagem do FC Porto aos quartos da Champions. Mal sabia o lateral que isso seria apenas o início de dez dias na crista da onda.

O golo não foi seu mas Marega pode sorrir – é tudo menos fake news (a crónica do FC Porto-Marítimo)

“Não posso deixar de falar que foi uma semana muito feliz para mim, desde a semana do jogo da Roma, em que nos qualificámos. Foram duas semanas muito boas, mas é uma prova de trabalho e dedicação de todos”, começou por destacar o número 13 na zona das entrevistas rápidas após o triunfo frente ao Marítimo, onde voltou a abrir o marcador de grande penalidade e regressou aos golos no Campeonato mais de seis meses depois do castigo máximo que valeu a vitória no Jamor com o Belenenses.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Há duas semanas dissemos que faltavam dez jogos, eram dez vitórias. Conseguimos duas, faltam oito e vamos à procura de todas até ao final do Campeonato. No nosso balneário acreditamos no trabalho diário e na qualidade de cada um. O mister passa-nos toda a confiança independentemente do momento e vamos continuar focados para que no final possamos fazer as contas e estarmos no primeiro lugar”, acrescentou, antes de abordar também a chamada à seleção do Brasil, no seguimento dos problemas físicos do lateral Felipe Luís, do Atl. Madrid, que jogará curiosamente no Porto os próximos dois particulares.

Fiquei muito feliz, não posso negar. É um objetivo que procuro desde criança, o FC Porto abriu-me essa porta. Estou muito feliz e eternamente grato. É uma nova etapa que vou agarrar com todas as minhas forças, agora é concentrar e fazer um bom trabalho”, frisou, olhando para o particular do conjunto de Tite frente ao Panamá no próximo sábado, no estádio do Dragão.

Por fim, Alex Telles, que voltou a reforçar com Corona o papel na lista dos jogadores com mais assistências para golo dos azuis e brancos, admitiu ainda a melhoria da equipa no decorrer da segunda parte. “Muitas vezes jogar com um a mais parece fácil mas não é. Fica mais difícil, com uma linha mais defensiva, mas fomos inteligentes, tivemos paciência. Ao intervalo conversámos e de forma mais calma conseguimos. Fico feliz por converter o penálti e estamos todos de parabéns”, destacou.

“Normalmente as equipas em inferioridade numérica juntam-se mais, ficam com nove jogadores mais o guarda-redes à frente da grande área. Às vezes tende-se a facilitar porque se pensa que as coisas vão acabar por acontecer. Fomos algo previsíveis na primeira parte, os cruzamentos para a área foram previsíveis. Faltava velocidade na circulação, mobilidade. Tivemos três ou quatro ocasiões e podíamos ter ido para o intervalo a ganhar. Optei por fazer modificações no segundo tempo no que diz respeito à dinâmica ofensiva e à construção. Dei mais largura com o Manafá de um lado e o Alex do outro, tendo muita gente por dentro. Conseguimos chegar aos golos e criamos outras ocasiões. A nossa obrigação era ganhar e conseguimos”, resumiu na flash interview Sérgio Conceição, a propósito do triunfo por 3-0 frente ao Marítimo.