Um jovem de 18 anos foi presente a tribunal esta segunda-feira por suspeitas de ter divulgado, em live stream, um vídeo do ataque à mesquita de Christchurch (Nova Zelândia) onde morreram pelo menos 50 pessoas. Segundo o New Zealand Herald, o adolescente não terá tido direito a fiança, mas o juiz aceitou que a sua identidade fosse protegida.

Em causa estão violações à lei neo-zelandesa que proíbe a posse e distribuição de imagens em vídeo que sejam “questionáveis”. A pena máxima pode ser de 14 anos de prisão.

De acordo com a rádio New Zealand, a polícia afirma que o jovem não terá feito parte do ataque, mas te-lo-á divulgado em direto no Facebook. Para além disso, terá ainda publicado uma fotografia da mesquita que foi alvo de ataque com a legenda “alvo atingido”, bem como outras mensagens que “incitavam a violência extrema”.

O vídeo do ataque à mesquita de Christchurch foi divulgado em direto no Facebook, durante 17 minutos, pelo próprio atacante. Uma hora depois, o vídeo foi removido, mas desde então já foi novamente carregado por vários utilizadores. Ao todo, o Facebook confirma que retirou 1,5 milhões de cópias do vídeo só nas 24 horas a seguir ao ataque de sexta-feira. 1,2 milhões terão sido automaticamente removidos pelo sistema e os moderadores da empresa retiraram manualmente outras 300 mil publicações, segundo informações da empresa divulgadas pelo The Guardian.

“Por respeito às pessoas afetadas por esta tragédia e devido às preocupações das autoridades locais, estamos também a retirar todas as versões editadas do vídeo que não mostram conteúdos gráficos”, afirmou Mia Garlick, responsável do Facebook na Nova Zelândia.

A primeira-ministra neo-zelandesa, Jacinda Ardern, disse que irá conversar diretamente com o Facebook para garantir que o vídeo do ataque não continuará a ser replicado na rede. “Este é um assunto que vai para lá da Nova Zelândia, mas isso não significa que não possamos ter um papel ativo em resolvê-lo”, declarou. “É um tema que vamos discutir diretamente com o Facebook.”

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