A Área Metropolitana de Lisboa vai lançar, até ao final do ano, um concurso público para reforço da rede de transportes rodoviários, que terá em conta o aumento da procura devido à redução tarifária, anunciou o primeiro-secretário metropolitano.

De acordo com Carlos Humberto, primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML), a medida de simplificação e redução tarifária dos passes nos 18 concelhos da AML, a partir de 1 de abril, faz parte de “um conjunto de medidas mais amplas”.

Lisboa. Contrato para passes mais baratos assinados esta segunda-feira

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Estamos a preparar um concurso público internacional para todo o transporte rodoviário de passageiros, que prevemos lançar ainda este ano, e vai estar nesse concurso toda a rede de transportes rodoviário. O que vai ser posto a concurso é o reforço da rede atual, não é a rede atual”, explicou, em entrevista à Lusa.

Segundo Carlos Humberto, o reforço terá “mais significado” em locais onde não existem transportes, outros que têm, “mas não com a frequência ou o número de viaturas em circulação suficiente”, ou em que “a distância entre um horário e outro é demasiado espaçado”.

Estamos a fazer este estudo, aquilo que nós chamamos o desenho da rede, para lançar este concurso, que tem como condição haver mais transporte, haver mais frequência, os autocarros terem mais qualidade, os autocarros terem características de carácter ambiental mais sustentável e, portanto, esse concurso público responderá – eu não digo integralmente, porque nunca se responde integralmente – em grande medida às necessidades de transporte rodoviário”, disse.

Até ao reforço das redes, “serão feitos reajustes”, segundo a procura.

“Nós admitimos que há algumas carreiras que vão diminuir o número de passageiros e outras carreiras que vão ter uma grande procura. Até, eventualmente, nalguns locais, um modo de transporte vai reduzir e outro modo de transporte vai subir, portanto, nós achamos que há alguma margem para retificações no curto prazo”, considerou.

Este reajustamento terá por base um “levantamento de todos os modos de transporte e quais são as necessidades”.

“Falta-nos fazer uma coisa, que é muito importante, o levantamento das prioridades e, portanto, como os meios são sempre escassos, temos de priorizar aquilo que consideramos mais importante”, acrescentou.

O responsável salientou que, quanto à oferta, “não há medidas perfeitas, nem soluções completas”.

“Esse talvez seja o problema mais difícil, de um dia para o outro. Não se compra um comboio de um dia para o outro, nem um barco, nem um autocarro que é muito mais fácil de comprar que um comboio. Admito que esse seja um problema”, afirmou, assegurando que “todas as empresas de transporte estão a olhar para o seu sistema de transporte e a ver se necessitam de reforço de oferta”.

“Mas, se estivéssemos à espera de termos tudo perfeito para lançar os passes, não tínhamos tudo perfeito, nem havia passes”, sublinhou.

Para gerir toda a rede de transportes, a AML prevê, “ainda em abril”, dar “alguns passos significativos” na constituição de uma empresa, “Transportes Metropolitanos de Lisboa, que ficará com a gestão de todo este sistema: do sistema de transportes, bilhética, informação ao utente, a gestão, se a carreira foi cumprida ou não, quantas pessoas utilizaram aquela carreira e aquele horário”, adiantou.

O sistema de passes na AML vai mudar a partir de 1 de abril, com a criação de um novo passe Navegante Metropolitano, que custa no máximo 40 euros mensais por utente e permite viajar em todos os operadores de transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa.

São também criados 18 passes Navegante Municipal, um para cada dos 18 concelhos que integram a AML que, por 30 euros, permitirá ao utente circular num mesmo concelho.

Lisboa com passe de transportes de 10 euros em abril em período de transição