Pelo menos 83 pessoas morreram no naufrágio de uma embarcação no rio Tigre em Mossul (norte do Iraque), segundo um novo balanço fornecido por um funcionário das autoridades de saúde locais.

O anterior balanço deste acidente, o mais mortífero no Iraque nos últimos anos e que ocorre quando se celebra o novo ano persa (o Noruz), dava conta de 71 mortos.

“O barco afundou-se porque havia muitos passageiros a bordo, mais de uma centena”, disse à agência de notícias AFP um responsável dos serviços de segurança que está em Mossul.

O incidente resultou da conjunção de dois fatores, a sobrelotação do barco e o alto nível das águas, explicou à agência France Presse um responsável pelos serviços de segurança em Mossul.

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Entre as mais de 100 pessoas que estariam dentro do ferry estavam famílias, que atravessavam o rio Tigre para se dirigirem a parques onde tradicionalmente se fazem os piqueniques que assinalam o Noruz, dia feriado no Iraque, e o Dia da Mãe.

O primeiro-ministro, Adel Abdel Mahdi, anunciou o alerta de todos os serviços de saúde e a mobilização de todas as equipas disponíveis em Mossul para as buscas.

Pediu ainda “um relatório de inquérito em 24 horas para determinar as responsabilidades”.

A televisão iraquiana divulgou, entretanto, que um tribunal em Mossul deteve nove pessoas que trabalhavam na embarcação e emitiu um mandado de detenção visando o dono da ilha turística onde o ferry ia atracar.

Depois das fortes chuvas dos últimos dias, as autoridades abriram as eclusas para aliviar a pressão na grande represa de Mossul. Foram emitidos avisos ao público, alertando que as margens do rio Tigre seriam mais perigosas com níveis mais altos de água.

Vídeos publicados nas redes social mostram dezenas de pessoas a flutuar ou a tentar nadar em torno de um barco, enfrentando uma forte corrente.

Os acidentes deste tipo são raros no Iraque. O último naufrágio ocorreu em março de 2013, quando um barco restaurante foi ao fundo também no Tigre, mas junto à capital, Bagdad, causando cinco mortos.