O major José Sánchez Castro e os capitães Néstor Blanco Hurtado e Jonathan Becerra –– conhecido por Piranha –,  são os responsáveis por episódios de tortura e maus tratos a reclusos venezuelanos detidos pelos serviços de informação do regime de Nicolás Maduro. A denúncia dos três torturadores foi feita esta quinta-feira pela diretora do instituto Casla, Tamara Suju, que, nos últimos dois meses denunciou cerca de 40 novos casos de abusos e torturas do regime. 

Ao jornal espanhol ABC, Tamara Suju, também advogada de direitos humanos, sublinha que além da própria Direção Geral de Contrainteligência Militar (Dgcim), os abusos são do conhecimento de altos cargos do regime, que nada fazem para os travar. 

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Toda a cadeia de comando da Dgcim sabe o que está acontecer neste estabelecimento, inclusivamente Néstor Reverol [ministro do Interior do regime], Vladimir Padrino López [ minsitro da defesa) e Nicolás Maduro [presidente], denunciou a diretora do instituto Casla, Tamara Suju.

Tamara Suju explica ainda que, contrariamente ao que se pensa, os maus tratos “não são praticados por militares de baixa patente, mas por majores e capitães”.  Segundo a advogada, “Piranha”, por exemplo, é o responsável pelas “descargas elétricas e pela violação dos detidos”. “É o mais sádico”, remata.

Entre os torturados, não estão apenas militares, mas também civis. E não se trata só de presos políticos, mas de pessoas sequestradas que permanecem nas instalações depois de serem extorquidas e de se recusarem a pagar mais dinheiro para serem libertadas.

O sequestro está nas mãos dos organismos de inteligência, que extorquem dinheiro a empresários e pecuaristas [pessoas que fazem da criação de gado a sua atividade principal] com dinheiro “, alerta Tamara Suju.

Segundo avança o jornal espanhol, a organização de tortura do regime venezuelano tem fortes ligações a cubanos, uma vez que estes últimos são os responsáveis por treinar os funcionários dos organismos de inteligência para levarem a cabo estas práticas. Há inclusivamente centros de tortura dirigidos por cubanos.

Os torturadores são chefiados pelo coronel Esteban Guerrero Mijare, diretor do centro em Boleíta, que, por sua vez, está a cumprir ordens do diretor do Dgcim, Iván Hernández Dala. Os vídeos da tortura tinham sido divulgados na quarta-feira por um  ex-funcionário da Direção Geral de Contrainteligência Militar da Venezuela.

Vídeos mostram tortura no regime de Nicolás Maduro